Lendas do
Cipreste do Cemitério
O Dia de
Finados se aproxima e, do mês passado até agora, recebi mensagens perguntando
se existe alguma lenda explicando o porquê do cipreste ser a árvore oficial dos
cemitérios. Após muitas pesquisas encontrei duas lendas com relação a isto, que
leremos abaixo:
Lenda de Ciparisso
Na Mitologia
Greca existia um rapaz muito delicado chamado Ciparisso, que gostava de
escrever poemas, desenhar e costurar. Um dia, ele estava passeando na floresta
e exclamou:
- Eu queria
tanto um animal de estimação!
Apolo
escutou, sem querer, o pedido do moço e resolveu dar um cervo para ele.
Numa tarde
de verão, Ciparrisso estava caçando no mato e sem querer acertou seu bicho de
estimação que acabou morrendo. Assim o moço chorou e disse para Apolo:
- Eu não
mereço viver como um humano!
- Por isto,
desejo que minhas lágrimas caiam para sempre!
- Eu mereço
ser uma árvore que cuida dos mortos!
Então Apolo
transformou o coitado numa árvore, que batizou de cipreste, pois sua seiva vira
gotas de lágrimas quando cai do tronco.
Lenda de
Celeste
Na Idade
Antiga, na Península Ibérica, existia uma
adolescente chamada Celeste, que era católica. Mas, naquela época, os
cristãos eram perseguidos porque os governantes adoravam os deuses da Mitologia
e matavam quem fosse contra isto.
Na aldeia
onde Celeste morava era comum jogarem corpos de deficientes em precipícios,
quando morriam. Então a jovem passou a recolher os corpos destas pessoas e a
enterra-los em rituais cristãos nos cemitérios clandestinos que ela mesma
montava.
Toda a vez
que esta garota andava pela aldeia, o povo cantava uma música assim:
“- Celeste, que se preste
- Celeste,
que o morto veste
- Celeste,
que virará árvore campestre
- Celeste,
que se preste...”
Deste jeito,
ela respondia:
- Realmente,
meu sonho é virar uma árvore para vigiar os cemitérios e levar as almas para o
céu.
O problema é
que as autoridades descobriram a verdade sobre esta menina. Então mataram a
pobre em praça pública. Porém, quando ela faleceu, a terra toda tremeu, um
buraco se abriu e engoliu o seu corpo. Naquele mesmo instante nasceu uma árvore
desconhecida no lugar e, também, nasceram outras árvores iguais em cemitérios
clandestinos. Por causa do refrão da música, que era: “Celeste, que se preste”,
a árvore foi batizada de cipreste.
Quando o
Catolicismo passou a ser aceito, os cristãos resolveram plantar ciprestes em
seus cemitérios, atitude que foi seguida por outras religiões.
Luciana do
Rocio Mallon
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