O Pólen-Amor
e a Lenda do Sapato Que Caiu do Trem
Hoje falarei
de pólen-amor porque acordei com a alma florida, o espírito de borboleta e a
vontade de trabalhar de uma abelha. O pólen-amor não tem nada a ver com orgias,
surubas, swing e muito menos com o famoso “jogo de chaves”. Pois ele acontece
quando você abdica de possuir a pessoa amada para entrega-la aos cuidados de
outra criatura que poderá trata-la melhor.
Reza a lenda
que se há só uma flor no jardim. De repente chega uma borboleta e uma abelha ao
mesmo tempo. Então como a borboleta sabe que a abelha precisa do pólen para
fabricar o mel, ela desiste daquela flor para dar chance à companheira
trabalhadeira.
Eu sou como
a borboleta, pois um dia eu amei uma pessoa. Mas ela foi embora e depois
reapareceu. Desta maneira como ela precisava de abrigo com segurança, eu
entreguei este meu pretendente para outro ser que pudesse dar toda a estrutura
para seus sonhos. Naquela época eu não tinha emprego, nem saúde e muito menos
liberdade. Portanto, eu não teria como fazer alguém feliz assim.
Toda esta
situação lembrou-me a Lenda do Sapato Que Caiu do Trem, que é desta maneira:
Caio era um
menino, de rua, que morava na estação do trem. Por isto vivia de esmolas e sonhava
em ter um par de sapatos para aquecer seus frios pés. De repente, ele viu outro
garoto com um par de sapatos novinhos em folha. O problema é que visivelmente,
estes calçados estavam largos no pé daquela criança. No mesmo momento, em que
este menino embarcou no trem, o sapato, do seu pé esquerdo, caiu na estação. Porém,
no mesmo instante, o trem passou a se movimentar.
Caio, que
observava tudo, pegou o sapato e correu atrás do veículo com a intenção de
entregar o objeto perdido ao outro garoto, que estava na janela. Mas a cada
passo, que dava, o trem ficava mais rápido e Caio precisava apressar mais a sua
corrida. Assim este pequeno tentou jogar o calçado na janela onde estava o
passageiro. Mas não teve sorte.
Deste jeito,
o garoto do trem viu que seria impossível recuperar o outro sapato e notando
que Caio estava descalço, resolveu jogar o outro calçado em direção a ele para
que o par de sapatos tivesse um novo dono. Já que ele não poderia andar com um
calçado só.
É assim que
eu vejo o pólen- amor, pois quem ama sempre vai querer o bem do outro.
Luciana do
Rocio Mallon
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