quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Mãos de Trabalhador

Mãos de Trabalhador
Um dia uma senhora cheia de amargura
Pegou as minhas mãos suadas
Sem piedade e sem ternura
Para falar ofensas ousadas:

- Menina, você tem mãos de trabalhador
Com cutículas e unhas roídas sem acabamento
Isto é um tremendo erro, um verdadeiro horror
Sem falar que é um porco relaxamento

Porém com a pressa de colibri
Eu, rapidamente, respondi:
Sim, tenho mãos de trabalhador,
Esforçado e que luta com ardor

Realmente, não tenho tempo
Para ir ao salão, à manicura
Mas minhas mãos tem sentimento
Que enchem o mundo de ternura
Tenho mãos calejadas de jardineiro
Quando ofereço lírios, margaridas e rosas
Fazendo uma boa ação de um jeito verdadeiro
Sinto a gratidão e a caridade tão preciosas

Tenho mãos de pedreiro
Quando construo minha Poesia
Com tijolo e massa no canteiro
Formo o castelo da harmonia

Tenho mãos de lavadeira
Quando lavo a roupa imunda
Que veste minha alma faceira
Na lagoa da alma tão profunda

Tenho mãos rústicas, porém sei fazer cafuné
Sem falar que realizo uma suave massagem
Com as carícias das minhas mãos, ninguém dá no pé
Porque meu toque proporciona uma leve viagem

Dizer que tenho mãos de quem trabalha
É um elogio, pois nunca será ofensivo
Quem reclama parece uma gralha
Gritando para incomodar qualquer ser vivo.
Luciana do Rocio Mallon




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