Mãos de
Trabalhador
Um dia uma
senhora cheia de amargura
Pegou as
minhas mãos suadas
Sem piedade
e sem ternura
Para falar
ofensas ousadas:
- Menina,
você tem mãos de trabalhador
Com
cutículas e unhas roídas sem acabamento
Isto é um
tremendo erro, um verdadeiro horror
Sem falar
que é um porco relaxamento
Porém com a
pressa de colibri
Eu,
rapidamente, respondi:
Sim, tenho
mãos de trabalhador,
Esforçado e
que luta com ardor
Realmente, não
tenho tempo
Para ir ao
salão, à manicura
Mas minhas
mãos tem sentimento
Que enchem o
mundo de ternura
Tenho mãos
calejadas de jardineiro
Quando
ofereço lírios, margaridas e rosas
Fazendo uma
boa ação de um jeito verdadeiro
Sinto a
gratidão e a caridade tão preciosas
Tenho mãos
de pedreiro
Quando
construo minha Poesia
Com tijolo e
massa no canteiro
Formo o
castelo da harmonia
Tenho mãos
de lavadeira
Quando lavo
a roupa imunda
Que veste
minha alma faceira
Na lagoa da
alma tão profunda
Tenho mãos
rústicas, porém sei fazer cafuné
Sem falar
que realizo uma suave massagem
Com as carícias
das minhas mãos, ninguém dá no pé
Porque meu toque
proporciona uma leve viagem
Dizer que
tenho mãos de quem trabalha
É um elogio,
pois nunca será ofensivo
Quem reclama
parece uma gralha
Gritando
para incomodar qualquer ser vivo.
Luciana do
Rocio Mallon
Nenhum comentário:
Postar um comentário