O Poeta e a
Cesta
Você me
transformou num objeto
Mas,
realmente, não me importei
Não sei se
você fez do jeito certo
Porém o amor
virou a minha lei
Eu virei sua
humilde cesta de palha
Onde você
colocava seus doces poemas
Não se importando
com a sociedade que ralha
Com quem
transforma pedras em alfazemas!
Eu abraçava
seus poemas coloridos
Que você
vendia pelas ruas perigosas
Eu beijava
estes papéis atrevidos
Com almas
leves e maravilhosas
Suas mãos calejadas
recebiam relaxantes massagens
Do meu
espírito num toque discreto de alegria
Assim você
realizava as mais divinas viagens
Toda a vez
que você escrevia mensagens em forma de poesia
Porém depois
você enjoou de mim
Deixando-me
abandonada no meio da rua
Mas sempre
acreditei no amor sem fim
Por isto
tirei forças da luz prateada da Lua!
Depois você
preferiu outra cesta
Para vender
perfumadas flores
Todo o dia,
de segunda à sexta
Sentindo
outros tipos de dores
Mas esta
outra cesta sempre foi uma orgia
Porque ela
teve vários donos e é frágil
Cuidado,
pois ela pode se arrentar com agonia
Não
suportando seu espírito ativo e ágil
Um dia
nestas esquinas ardilosas
Você vai me
encontrar no meio-fio
Recordando
de promessas pomposas
Na brisa da
lembrança do arrepio
Desejo ser
seu humilde objeto novamente
Uma cesta
reciclada para as flores e os poemas
Quero ser o
colo acolhedor para sua mente
Ajudando a
curar suas feridas e seus problemas.
Luciana do
Rocio Mallon
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