Mandaram Tanto
Eu Enfiar Livros na Cauda, Que Hoje Ela é uma Biblioteca, Mas não Posso Chamar
de Sebo Porque Ela é Limpinha
Hoje, lancei o
cartaz com propaganda do lançamento do meu segundo livro, Lendas Curitibanas 2,
para alguns contatos virtuais que conhecidos me passaram. Porém uma senhora escreveu:
- Enfie o livro
no “!#$%¨&”
Infelizmente,
não é a primeira vez que isto acontece. Quando fiz propaganda, do meu primeiro
livro, criaturas, sem educação, me mandaram enfiar a obra naquele mesmo lugar
tão cobiçado.
Já me mandaram
enfiar livros no fiofó tantas vezes, que hoje a minha cauda é uma biblioteca. Só
não posso chamar de sebo porque ela é bem limpinha.
Poxa, toda esta
situação, me lembrou da Lenda do Jacaré Com a Cauda Cheia de Livros:
Era uma vez, um
menino estudioso chamado Zé que sentava na frente na sala de aula e que sonhava
em ser escritor. Mas toda a vez que ele mostrava um texto de sua autoria, seres
insensíveis mandavam o garoto enfiar seus escritos naquele lugar. Por isto, o
menino decidiu passar seu tempo livre numa biblioteca. Deste jeito, ele cresceu
e virou vendedor da enciclopédia, Barsa, porta a porta. Então se tornou comum
pessoas xingarem o pobre:
- Enfie a
enciclopédia no “#@#$%”.
Porém um
terremoto aconteceu na cidade. Assim a biblioteca, onde Zé estava, desabou e
ele morreu no meio dos livros. Quando chegou ao céu, São Pedro não aceitou o
rapaz lá porque ele não era bom o suficiente para ficar no Paraíso. Mas o Diabo
não quis o moço porque ele não era ruim o suficiente para permanecer no
Inferno.
De repente, um
anjo transformou Zé num crocodilo de cauda extensa e disse:
- Agora seu
rabo será enorme e se transformará numa grande biblioteca. Pois você levará
arte e cultura, para os bichos, em todo o lugar que você passar.
Desta maneira,
Zé fez novos amigos que tinham a mesma missão: espalhar o conhecimento. Ele
continuou sendo xingando apenas por cobras e asnos revoltados. Porém a luz que
vinha da sua alma era tão grande, que ela deixou estas criaturas ruins cegas
porque elas sempre serão vítimas da própria ignorância.
Com relação ao
rabo do crocodilo bibliotecário, ele é o mais limpo do universo porque os
livros purificam o espírito.
Luciana do
Rocio Mallon
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