Os Brasileiros
Viraram Cabeleireiros na Copa do Mundo
Num dia de
inverno, um crítico furioso disse que, na Copa do Mundo, todos os brasileiros
viram técnicos de futebol. Mas neste mundial, de 2018, não foi isto que
aconteceu. Pois as pessoas decidiram criticar o penteado do Neymar ao invés de
debater sobre seus lances no estádio. Umas criaturas compararam os cachos do
craque com miojo e outras afirmaram que ele ficou a cara do Cebolinha.
Na verdade,
todo brasileiro sonha em ser cabeleireiro. Porém se eu tivesse uma tesoura
afiada, nas mãos, gostaria de cortar a inflação e passar uma prancha quente na
onda dos preços altos.
Eu não
desejo virar aspirante à cabeleireira e criticar o penteado do Neymar. Pois sei
que não tenho moral para isto. Quando eu estava no jardim da infância, minha
mãe me levou ao salão para fazer o famoso corte de surfista e meus cachos
viraram uma tigela. Nos anos 80, cortaram minhas madeixas estilo Chitãozinho e
Xororó. Já nos anos 90, aderi ao corte selvagem e fiquei com a cara de um leão
em cio. Hoje alisei, fiz luzes claras e estou mais para mico-leão-dourado. Mais
mico do que leão por sinal. Sem falar que desconfio que outros brasileiros já
passaram por experiências traumatizantes com os cabelos iguais as minhas. Porém
eles preferem criticar as madeixas do Neymar.
Luciana do
Rocio Mallon
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