Máscara Feita Com Tecido de Peça Intima
Ela costurava calcinha e sutiã
Com esforço, sem parar, até a manhã
Mas veio o Corona e trancou sua freguesia
Nas suas casas com um toque de agonia
Porém esta rainha da costura
Com determinação e todo o gosto
Num gesto de candura e ternura
Passou a fazer máscaras para rosto
Do mesmo material da íntima peça
Sempre se preocupando com a remessa
Assim a freguesa colocou a máscara em sua face
Através da delicadeza, a sedução fez um enlace
A frágil renda beijou o suave cetim
Escondendo sua boca gulosa de carmim
A boca é o órgão mais sensual
Que bem antes da fatal pandemia
Aparecia sem nenhuma cobertura
Agora ela se esconde entre a malha e o voal
Provocando curiosidade com Poesia
Alguém deseja que a máscara caía com loucura
Somente para ver os crus e proibidos lábios
Se perderem como doidos astrolábios
Iluminados pela prateada Lua ou pelo dourado Sol
Atiçando o desejo, a máscara vira o ereto farol
A máscara no rosto virou artigo erótico e misterioso
Pois olhos tentam adivinhar o formato da boca escondida
Sonhando em beijar a boca num labirinto perigoso
Porque todo o início de uma paixão causa doce ferida.
Luciana do Rocio Mallon
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