Ela Não Cortou Só a Franja Nesta Quarentena

Ela Não Cortou Só a Franja Nesta Quarentena
Na quarentena do Corona perigoso
Ela entrou no abismo tortuoso
De conhecer o seu eu interior
Penetrando a própria alma com ardor

Então ela não teve mais nenhuma festa
Toda a noite sentia angústia e agonia
Assim cortou a franja na testa
Num misto de Poesia e rebeldia

Depois colocou seu cabelo de molho
Num banho de creme caseiro
A franja protegeu seu terceiro olho
Virando véu do seu espírito por inteiro

Ela não cortou só a franja nesta quarentena
Ela bloqueou inimigos que causavam problema
Ela dispensou o fast food com gordura e fritura
Passando a consumir salada pura com ternura

Feita com legumes da quitanda da esquina
Assim ela voltou a ser uma suave menina
Ela colocou a máscara no lugar do batom
Botando o Sol no lugar da Lua de neon

Ela não cortou só a franja nesta quarentena
Com a tesoura afiada da incerteza
Seus fios ao chão formaram um poema
Limpando sua personalidade com sutileza.
Luciana do Rocio Mallon
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