Lenda da Cigana da
Música Mercedita
Reza a lenda que em
1939, na Argentina, o artista Ramon Rios, que morava em Buenos Aires chegou com
seu grupo de teatro, em Humboldt, para se apresentar numa casa noturna.
Do palco ele avistou
uma jovem, a qual tirou para dançar. A moça se chamava Mercedes, uma
descendente de ciganos, apelidada de Mercedita, que morava na área rural, na
província de Santa Fé, e cuidava de uma pousada junto com sua mãe. Ela gostava
de vestir saias rodadas e compridas de dia. Mas, à noite, saía para passear com
seu cavalo vestindo calças compridas. Sem falar que ela gostava de ler tarô, às
escondidas, tomar banho nas cachoeiras muito à vontade, fatos que causavam escândalo
na época.
Porém Mercedes vivia
dizendo:
- Nunca me casarei
porque o matrimônio tira a liberdade da mulher!
- Mesmo assim sonho em
ter um filho!
O problema foi que
Ramon Rios se apaixonou pela jovem. Por isto voltou para Buenos Aires e passou
a escrever poemas para ela. Em 1941, o artista voltou para Humboldt com anéis e
propôs casamento para Mercedita que rejeitou o pedido. Em 1945, a moça deixou
de responder as cartas. Em meados dos anos 40, Ramon compôs a música Mercedita
como forma de desabafar sobre este amor não correspondido. Primeiro ele cantou
em uma reunião de amigos e eles aconselharam o artista a apresentar a canção
numa rádio. Assim a obra tornou-se um sucesso mundial. Anos depois, o músico se
casou com uma fã. Porém ele ficou viúvo logo. Após a morte da primeira esposa, Ramon
Rios voltou a escrever para Mercedes. Ele morreu em 1984 e sua musa, Mercedita,
em 2001.
Na última entrevista
que a cigana deu para a TV, ela afirmou que nunca teve filhos porque foi punida
pelo fato de nunca ter correspondido ao amor do músico.
A canção, Mercedita,
tornou-se patrimônio cultural da Argentina e já foi regravada por várias
bandas, inclusive pela dupla brasileira Chitãozinho e Xororó.
Reza a lenda que se uma
moça dançar esta música sozinha, com uma flor nos cabelos, receberá uma
declaração de amor na mesma semana.
Luciana do Rocio Mallon
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