sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Para Cada Dedo de Prosa uma Pétala de Rosa

Para Cada Dedo de Prosa uma Pétala de Rosa

Era uma vez uma menina chamada Crônica,
Muito agitada, travessa e tagarela
Que dançava balé e tocava harmônica
Sorrindo, toda a tarde, na janela!

A Crônica vivia num mágico jardim
O problema é que ela não era flor
Sua paixão platônica era o jasmim,
Que não reconhecia o seu nobre amor!

A Crônica tinha uma real e sincera amizade
Com as folhas sejam secas, ou, esverdeadas
Nelas, esta menina escrevia cheia de felicidade
Palavras com tintas de seivas perfumadas!

Porém um rígido querubim
Que era guardião e jardineiro
Daquele misterioso jardim
Falou à Crônica de um jeito traiçoeiro:

- Se você não é flor e nem Literatura
Darei uma missão a você com loucura:

Para cada dedo de prosa, uma pétala de rosa
Você precisa conseguir e obter
De uma forma sigilosa e ardilosa
Até o próximo amanhecer

Para cada pétala de rosa, um dedo de prosa
A Crônica ficou sem as mãos, mas com os brilhantes
A rosa ficou sem suas pétalas macias
Nesta missão arriscada e perigosa
O jardim acordou com mil poesias
Na despedida das estrelas cintilantes

Para cada pétala de rosa, um dedo de prosa
Assim a Crônica virou um suave poema
Por cada dedo e pétala que caíram de forma formosa
O céu amanheceu com aroma de alfazema

Para cada dedo de prosa, uma pétala de rosa
Assim o roseiral acordou com a alma vazia
Porém com a esperança mais doce e sedosa
Porque, finalmente, a Crônica virou Poesia.
Luciana do Rocio Mallon







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