O Dia Em Que
o Palhaço-Sombra Argentino Me Beijou na Boca
Neste mês de
outubro de 2016, algo estranho tomou conta do imaginário das pessoas porque
palhaços macabros começaram a surgir em ruas e estradas nos Estados Unidos.
Logo, a onda se espalhou pelo mundo inteiro. Por isto criaturas passaram a
filmar cenas teatralizadas de seus amigos vestidos de palhaços perseguindo os
outros. Na verdade, esta brincadeira foi incentivada por uma produtora de
filmes que lançará um “remake” do filme de terror, chamado IT, onde o tema é um
palhaço assassino.
O fato de eu
ser uma escritora de lendas fez com que curiosos me perguntassem a opinião
sobre o assunto. Logo dei respostas afirmando que nunca me assustaria ao ver um
palhaço na rua, mas que sairia correndo ao ver alguém descabelando o palhaço.
Também comentei que esta mania de palhaços nas ruas e rodovias poderia deixar a
Loira da Estrada desempregada, ainda mais neste tempo de crise. Porém um amigo
me chamou a atenção comentando que um palhaço macabro, no meio do caminho, tem
a possibilidade de ser a Loira da Estrada disfarçada.
Toda esta
situação me recordou de uma cena, que vivi nos anos 90, quando um
palhaço-sombra argentino me beijou na boca sem meu consentimento. Naquele ano
eu estava procurando emprego, na Rua Quinze de Novembro no Centro de Curitiba,
quando de repente um palhaço com sotaque castelhano pegou na minha mão e
exclamou:
- Vamos a
bailar!
Após uma
dança rápida, ele me deu um selinho e eu fiquei envergonhada. Por causa deste
trauma permaneci uns três anos sem passar no mesmo local.
Por isto
afirmo que não temo palhaços nas estradas, porém tenho pavor de qualquer
palhaço-sombra nos grandes centros.
Luciana do
Rocio Mallon
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