sábado, 22 de outubro de 2016

Já Me Convidaram Para Ser Mãe Solteira e Eu Não Aceitei

Já Me Convidaram Para ser Mãe Solteira e Eu Não Aceitei
Desde a Antiguidade uma mulher que se torna mãe solteira é olhada com preconceito. Pois muitas vezes é vista como promíscua, mesmo não sendo. Algumas delas foram iludidas, outras vieram de relacionamentos conturbados e tem as moças que decidiram uma produção independente por não encontrarem um companheiro compatível com suas ideias. Apesar de estarmos em pleno século vinte e um, o preconceito contra mães solteiras continua.
Eu nunca quis ser mãe nem casada e nem solteira. Pois nunca tive dom para conviver com crianças. Porém, já recebi propostas para ser mãe solteira, muitas delas envolvendo dinheiro. Contarei sobre um causo destes abaixo:
Nunca fui bonita e muito menos sensual. Na verdade, eu sempre fui a garota tímida que usava óculos, na sala de aula sentava na frente, usava roupas que cobriam o corpo inteiro, não bebia, não fumava, não usava drogas e não frequentava baladas.
Um dia, um playboy falou que gostaria de ter um filho comigo, porém sem casar. Isto aconteceu nos anos 90 e naquela época eu não sabia que era ace, orientação de quem não sente atração sexual, pois pensava que era apenas uma donzela que só queria fazer sexo depois do casamento. Até hoje me lembro das palavras do “almofadinha”:
“ -Você com sua sensibilidade e sendo simpatizante dos costumes tradicionais seria uma boa mãe.
- Gostaria de ter um filho comigo, sem casar, em troca de uma boa pensão?
- Não posso prometer casamento. Pois eu sempre quis dividir minha vida com uma mulher bonita, de classe alta e estilo modelo internacional. Alguém que eu possa apresentar em eventos sem nenhum constrangimento. Afinal um homem, acompanhado de uma mulher bonita, tem seu status elevado. Mas eu não gostaria de ter uma filha com uma mulher bonita, pois se ela nascesse linda também daria muito trabalho, para mim, que teria que correr atrás dos pretendentes dela.”
Naquele instante fiquei indignada e não aceitei a proposta. Não pelo medo de ser mãe solteira, mas pelo fato de não ter personalidade para criar um bebê. Sem falar que deu a impressão de que eu estava sendo tratada como uma vaca reprodutora e não um ser humano.
A sociedade condena tanto as mulheres que tem filhos com jogadores de futebol, políticos e artistas famosos. Porém se esquecem dos homens da alta sociedade, que oferecem dinheiro para ter bebês com mulheres pobres, ou, intelectuais só porque consideram estas moças “certinhas”. Sem falar, que no meu caso, o moço queria casar com uma mulher bonita e rica, mas ter um filho comigo. Isto me lembrou daquele velho ditado do século dezenove: “Os homens casam com as ricas da casa grande, mas querem fazer filhos com as pobres da senzala.” Poxa, infelizmente, esta frase permanece atual até os dias de hoje.
A realidade é que o fato de uma mulher ser mãe solteira não significa que ela seja promíscua, ou, aproveitadora.
Luciana do Rocio Mallon





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