domingo, 2 de outubro de 2016

A Urna Eletrônica do Amor

A Urna Eletrônica do Amor

A urna eletrônica que mata a saudade
Não é aquele aparelho para votar
Pois ela é a lembrança da felicidade
De alguém que deixou perfume pelo ar

A pessoa mais meiga, frágil, doce e solidária
Com o espírito nobre, encantado e esforçado
Pediu para guardarem suas cinzas numa urna mortuária
Porque no cemitério, não queria seu corpo enterrado

Então coloquei suas cinzas na urna pequenina
Mas tive uma surpresa quando, este objeto, abri
As cinzas se transformaram em coloridas purpurinas
Que quase voaram como um sapeca e rápido colibri

Porém, nos meios das minhas lágrimas, surgiu um querubim
Que transformou as purpurinas num pendrive eletrônico
O anjo disse que este era um presente para mim
Assim tudo pelo ar tornou-se harmônico

Depois desta surpresa bela e singela
Abri o pendrive na rígida tela
Então surgiram vídeos e fotografias
Desta pessoa que deixou mil alegrias

 A verdadeira urna eletrônica do amor
È a cinza que virou pendrive com as lembranças
De um tempo repleto de ternura e esplendor
Nos sonhos mais puros e livres das crianças.
Luciana do Rocio Mallon








Nenhum comentário:

Postar um comentário