O Banheiro
da Poesia
O nobre
banheiro da Poesia
Retira toda
a cruel agonia
Porque lá os
raros azulejos
São feitos
de suaves beijos
Que um dia
se espalharam pelo ar
Mas viraram cerâmica
delicada
Por causa da
força infinita de amar
Que tem no
coração de cada fada!
Neste
toalete existe uma pia
Onde as
águas são feitas de lágrimas
Derramadas
em uma eterna terapia
Que abriram
as janelas das dádivas
O papel higiênico
é um caderno
Onde a
pessoa pode escrever
Sobre o
sentimento mais fraterno
Que não se
acaba logo ao amanhecer
Aliterações
formam as gotas do chuveiro
Metáforas
são as costuras das toalhas
Os versos
são sabonetes por inteiro
Que corrigem
a pele em suas falhas
As
borboletas multicores do estomago
São liberadas
na mais humilde privada
Com a paixão
do fundo do âmago
Que sai
perfumada após a descarga!
O bidê lava
as partes proibidas
Com duchas
constituídas de versos
Capazes de
curar as tristes feridas
Provocadas
por monstros perversos
Na banheira
de hidromassagem
Há um barco
de papel no cais
Onde o
espírito faz uma viagem
No aroma
secreto dos sais
O nobre
banheiro da Poesia
Retira toda
a cruel agonia
Basta abrir
a sagrada pia
Pois
escrever é uma terapia.
Luciana do
Rocio Mallon
Nenhum comentário:
Postar um comentário