Lenda da
Caixa de Bombons Amarelos e o Anjo Afro
Sílvia tinha
uma loja de chocolates onde vendia bombons de todas as marcas. Além de
comercializar as caixas de chocolates que ela mesma fabricava. Um certo dia,
esta moça foi convidada para ser madrinha de Ângela, um lindo bebê afrodescendente,
que logo se mudou para outra cidade com os pais.
Cinco anos
depois, esta menina voltou com sua mãe para a cidade natal e Sílvia resolveu
visita-las. Então ela deu uma caixa de bombons para a garota. Quando Ângela
abriu o presente fez o seguinte comentário:
- Por que em
toda a caixa de bombons só existe um chocolate branco, que na verdade, é
amarelo?
- Isto é discriminação!
- Na caixa
da Nestlé somente encontro um Galak e na caixa da Lacta apenas encontro um
Laka, sem falar das outras marcas menos conhecidas que comentem os mesmos
erros...
- Os
chocolates amarelos devem ficar muito tristes com isto!
- Eu até já
vi outras caixas de bombons só com chocolates escuros e com nenhum amarelo.
Sílvia
falou:
- Tem razão!
- Na próxima
vez em que você visitar a loja de bombons da madrinha, farei uma caixa de
bombons amarelos só para você.
Dias depois,
Ângela e sua mãe compareceram na loja de Silvia, que disse:
- Minha
afilhada preferida, eu fiz esta caixa de bombons amarelos só para você.
A menina
ficou encantada e agradeceu:
- Obrigada!
- Nunca vi
uma caixa só com chocolates desta cor.
Porém,
quando esta mesma garota foi atravessar a rua com sua mãe, a pobre foi
atropelada e faleceu.
Na mesma
noite, Sílvia sonhou com Ângela que
pediu:
- Por favor,
faça mais caixas com bombons brancos e deixe na sua loja, que eu tenho uma
missão especial.
Desta
maneira a moça obedeceu à sugestão, fez os chocolates amarelos e deixou estes
bombons na loja na noite seguinte.
Mas quando
amanheceu viu que aquela caixa, com os chocolates especiais que tinha feito, não
estava no mesmo lugar. Porém ela verificou que nenhum ladrão tinha entrado no
estabelecimento.
Mesmo assim
Sílvia resolveu ficar de tocaia quando a noite chegou, novamente. Na madrugada,
esta moça escutou um barulho na frente da loja e viu um vulto de criança saindo
pela janela. Deste jeito, ela seguiu a criatura suspeita e viu na esquina que
era Ângela, com asas de anjo, dando chocolate amarelo para os moradores de rua
na esquina.
A partir
daquele instante, Ângela passou a fazer chocolates brancos e deixar as caixas, no
balcão da loja, para que o anjo de Ângela pegasse.
Luciana do
Rocio Mallon
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