sábado, 3 de setembro de 2016

Lenda da Caixa de Bombons Amarelos e o Anjo Afro

Lenda da Caixa de Bombons Amarelos e o Anjo Afro
Sílvia tinha uma loja de chocolates onde vendia bombons de todas as marcas. Além de comercializar as caixas de chocolates que ela mesma fabricava. Um certo dia, esta moça foi convidada para ser madrinha de Ângela, um lindo bebê afrodescendente, que logo se mudou para outra cidade com os pais.
Cinco anos depois, esta menina voltou com sua mãe para a cidade natal e Sílvia resolveu visita-las. Então ela deu uma caixa de bombons para a garota. Quando Ângela abriu o presente fez o seguinte comentário:
- Por que em toda a caixa de bombons só existe um chocolate branco, que na verdade, é amarelo?
- Isto é discriminação!
- Na caixa da Nestlé somente encontro um Galak e na caixa da Lacta apenas encontro um Laka, sem falar das outras marcas menos conhecidas que comentem os mesmos erros...
- Os chocolates amarelos devem ficar muito tristes com isto!
- Eu até já vi outras caixas de bombons só com chocolates escuros e com nenhum amarelo.
Sílvia falou:
- Tem razão!
- Na próxima vez em que você visitar a loja de bombons da madrinha, farei uma caixa de bombons amarelos só para você.  
Dias depois, Ângela e sua mãe compareceram na loja de Silvia, que disse:
- Minha afilhada preferida, eu fiz esta caixa de bombons amarelos só para você.
A menina ficou encantada e agradeceu:
- Obrigada!
- Nunca vi uma caixa só com chocolates desta cor.
Porém, quando esta mesma garota foi atravessar a rua com sua mãe, a pobre foi atropelada e faleceu.
Na mesma noite, Sílvia sonhou com  Ângela que pediu:
- Por favor, faça mais caixas com bombons brancos e deixe na sua loja, que eu tenho uma missão especial.
Desta maneira a moça obedeceu à sugestão, fez os chocolates amarelos e deixou estes bombons na loja na noite seguinte.
Mas quando amanheceu viu que aquela caixa, com os chocolates especiais que tinha feito, não estava no mesmo lugar. Porém ela verificou que nenhum ladrão tinha entrado no estabelecimento.
Mesmo assim Sílvia resolveu ficar de tocaia quando a noite chegou, novamente. Na madrugada, esta moça escutou um barulho na frente da loja e viu um vulto de criança saindo pela janela. Deste jeito, ela seguiu a criatura suspeita e viu na esquina que era Ângela, com asas de anjo, dando chocolate amarelo para os moradores de rua na esquina.
A partir daquele instante, Ângela passou a fazer chocolates brancos e deixar as caixas, no balcão da loja, para que o anjo de Ângela pegasse.
Luciana do Rocio Mallon






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