sábado, 12 de outubro de 2013

Lenda do Galo Mágico da Escola

Lenda do Galo Mágico da Escola

Nos anos 70, na área rural de uma cidade da região metropolitana de Curitiba, havia uma escola que atendia aos filhos dos agricultores.
Reza a lenda que um certo dia, o diretor que era uma pessoa solitária, orou, dentro do colégio, para que o Papai do Céu lhe mandasse uma companhia.
Então, naquele instante, ele escutou um piado de pintinho que via do pátio da escola. Assim, o homem adotou o bicho que foi criado no próprio colégio. As crianças gostavam muito deste galináceo, por isto ele passou a ser o animal de estimação e a mascote oficial da escola.
Mimi, uma aluna do jardim-de-infância, batizou o bicho com o nome de: Abençoado.
O galo cresceu em beleza, pois tinha as penas coloridas como as cores do arco-íris.
Alguns anos se passaram e num certo período, houve tempestades com enchentes muito fortes, que acabaram matando animais, destruindo lavouras e derrubando barreiras nas estradas. Por causa da escassez de alimentos, a tradicional merenda escolar precisou ser suspensa. Porém, o problema é que poucos alunos ficaram com o que comer em casa.
Por isto, numa noite fria, três alunos adolescentes do segundo grau: Zezão, Ricardão e Pompão, pularam o muro da escola, pegaram o galo e fizeram galeto na churrasqueira do próprio colégio.
Quando o diretor chegou à escola, deu falta do animal. Então, saiu perguntando para todos:
- Onde está meu galo colorido?
Depois de alguns minutos de busca, a zeladora achou restos de galináceo na churrasqueira do colégio e todos puderam comprovar que se tratava da mascote por causa dos pelos coloridos no chão.
Mas, o diretor viu um relógio que estava caído no solo e teve certeza de que o objeto pertencia a um estudante do segundo grau. Mesmo assim, ele tratou de fazer uma cerimônia de enterro, do bicho, com todos os alunos, no jardim do colégio.
Durante a cerimônia, as crianças pequenas choraram muito. Após isto, o diretor convocou em voz alta a presença de Zezão no seu gabinete. Porém, Mimi, que já era uma estudante do primário, desconfiou da situação e seguiu os dois para ouvir a conversa atrás da porta.
O educador falou:                     
- Eu sei que foi você e alguns comparsas que mataram Abençoado para fazer galeto. Pois, achei uma prova do crime: este relógio importado do Paraguai que só você tem.
O aluno disse:
- Confesso:
- Eu e meus amigos, Ricardão e Pompão, comemos o galo. Mas, é porque estávamos com muita fome...
- Sabe, a chuva destruiu plantações e matou animais...
Após estas palavras, Mimi saiu gritando:
- Os bandidos que mataram o galo foram: Zezão, Ricardão e Pompão!
- Um deles confessou tudo agora no gabinete do diretor!
Desta maneira, a população enfurecida entrou na sala do diretor e começou a espancar Zezão.
Ricardão e Pompão tiveram as casas invadidas e, também, foram linchados pelas pessoas.
A polícia teve que intervir e levar os três para a cadeia. Naquele instante uma mãe, de uma aluna, exclamou:
- Minha filha chora o tempo inteiro por causa da morte deste galo!
Deste jeito, os três rapazes mudaram de cidade pela própria segurança.
No sétimo dia do aniversário de falecimento de Abençoado, o diretor foi até o jardim onde o animal estava enterrado e viu que o túmulo foi mexido. Então, ele olhou para o alto da escola e avistou um galo-dos- ventos de madeira, todo colorido.
Naquele segundo, Mimi apareceu e explicou:
- Olhe só, professor:            
- Abençoado virou um galo-dos-ventos.
- Eu sei disto porque vi o bicho saindo de dentro da terra e voando até o telhado.
Reza a lenda que esta escola ainda existe e que nas noites de Lua cheia, este galo de madeira transforma-se em um bicho de verdade e canta três vezes quando chega a meia-noite.
Luciana do Rocio Mallon

                                 
                  




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