Lenda da
Casa Rosa da Avenida Marechal Floriano
Reza a lenda
que no século dezenove, uma família de comerciantes tradicionais de Curitiba,
morava num casarão de madeira num local em que hoje é a Avenida Marechal
Floriano Peixoto. Esta família tinha vários empregados, entre eles se destacava
Maria e sua filha que tinha o apelido de Morena Rosa por causa da cor da sua
pele e porque gostava de vestir-se com roupas com cores nos tons rosados. Esta menina gostava muito de música e quando
havia saraus musicais, ela ficava espionando tudo, da cozinha, com curiosidade.
Num dia
ensolarado de 1852, a dona da casa trouxe uma caixa de música, uma espécie de “radiola”
da época. Morena, ao por os olhos naquele instrumento, ficou encantada. Ás vezes,
quando os donos da casa saíam, esta menina entrava, às escondidas, na sala de
estar para ouvir esta caixa de música. Uma vez, esta criança fez a seguinte
oração, ao lado desta “radiola”:
- Meu Anjo da
Guarda, se um dia eu morrer, faça com que minha alma nunca saia desta casa e me
conceda a honra de eu ser a eterna guardiã deste local e da caixa de música.
- Meu
Querubim, faça com que este casarão nunca seja demolido!
- Tomara que
este lugar, um dia, transforme-se em uma escola de cultura se eu não conseguir
realizar meu sonho de ser professora.
Após falar
estas palavras, um raio disparou no céu da cidade.
Esta menina
faleceu de gripe, aos nove anos de idade, no cômodo dos empregados.
Algum tempo
depois, outros serviçais afirmaram ver uma menina parecida com Morena que
perambulava pelo casarão.
Reza a lenda
que alguns anos atrás, este casarão iria virar uma agência bancária, mas o
fantasma de Morena aparecia para os banqueiros, nos sonhos, e apelava:
- Por favor,
não destruam o lindo casarão rosa!
Em 1993, Daniele era uma estudante de um
colégio na Rua Pedro Ivo. Sempre quando ela passava pela Avenida Marechal
Floriano, ficava admirando uma casa rosa de madeira.
Ás vezes,
quando esta adolescente passava em frente aquela mansão, ela via uma menina de
pele jambo, vestida de rosa, que lhe acenava com a mão do alto da janela.
No final do
ano, ela chegou para Débora, sua amiga, e perguntou-lhe:
- Você sabe
quem mora naquele casarão rosado da Avenida Marechal Floriano Peixoto?
A colega respondeu-lhe:
- Dizem que
aquela mansão é mal assombrada.
Daniele
comentou:
- E se a
gente fizesse a brincadeira do copo lá?
Romualdo,
que escutou toda a conversa, falou:
- Eu topo!
- Vamos lá!
Após a aula,
os adolescentes pularam o muro da misteriosa mansão e como a porta estava
aberta, entraram no local. Logo, escutaram uma voz de criança bem atrás deles:
- Boa-
tarde!
Os jovens
olharam para trás e Daniele reparou:
- Eu lhe
conheço:
- Você é
aquela mesma menina que sempre me cumprimenta quando eu passo pela Avenida
Marechal Floriano Peixoto.
A pequena
comentou:
- Meu apelido
é Morena e sou a guardiã eterna deste casarão.
- Como vocês
entraram, às escondidas, para fazer a brincadeira do copo aqui, merecem ver o
meu segredo.
Débora
perguntou:
- Como sabe que
íamos fazer a brincadeira do copo?
A garotinha
não respondeu nada e fez sinal para que os adolescentes a seguissem.
Quando
chegaram ao sótão, a criança mostrou-lhe uma caixa de música do século
dezenove, colocou um disco com uma canção suave e os jovens adormeceram como se
estivessem sendo hipnotizados.
Quando
Daniele acordou, encontrava-se no hospital e ao lado de sua cama, estava sua
mãe que exclamou:
- Invasão de
domicílio!
- Que coisa feia!
- Você
deveria saber que não podemos entrar numa residência sem a permissão dos donos!
- Nunca mais
faça isto!
Depois desta
bronca, esta jovem nunca comentou mais nada sobre o ocorrido com ninguém.
A casa rosa
da Avenida Marechal Floriano Peixoto é um lugar histórico e deve ser
respeitado. Ela tem mais de um século de idade e, agora, se transformará num
centro cultural como a lenda de Morena previu, pois o Sesi pretende construir
um espaço de arte e cultura nela.
Visitante,
quando for participar de atividades neste casarão rosa, por favor, respeite o
local e os objetos históricos que estão nele.
Reza a lenda
que historiadores acharam álbuns antigos dos patrões e empregados, com fotos
amareladas, dentro desta casa rosa e no meio dos álbuns dos serviçais, do
casarão, havia a foto de uma menina morena com uma rosa nas mãos que,
provavelmente, seja o retrato da Morena Rosa deste causo.
Luciana do
Rocio Mallon
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