quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Lenda da Casa Rosa da Avenida Marechal Floriano

Lenda da Casa Rosa da Avenida Marechal Floriano

Reza a lenda que no século dezenove, uma família de comerciantes tradicionais de Curitiba, morava num casarão de madeira num local em que hoje é a Avenida Marechal Floriano Peixoto. Esta família tinha vários empregados, entre eles se destacava Maria e sua filha que tinha o apelido de Morena Rosa por causa da cor da sua pele e porque gostava de vestir-se com roupas com cores nos tons rosados.  Esta menina gostava muito de música e quando havia saraus musicais, ela ficava espionando tudo, da cozinha, com curiosidade.
Num dia ensolarado de 1852, a dona da casa trouxe uma caixa de música, uma espécie de “radiola” da época. Morena, ao por os olhos naquele instrumento, ficou encantada. Ás vezes, quando os donos da casa saíam, esta menina entrava, às escondidas, na sala de estar para ouvir esta caixa de música. Uma vez, esta criança fez a seguinte oração, ao lado desta “radiola”:
- Meu Anjo da Guarda, se um dia eu morrer, faça com que minha alma nunca saia desta casa e me conceda a honra de eu ser a eterna guardiã deste local e da caixa de música.
- Meu Querubim, faça com que este casarão nunca seja demolido!
- Tomara que este lugar, um dia, transforme-se em uma escola de cultura se eu não conseguir realizar meu sonho de ser professora.
Após falar estas palavras, um raio disparou no céu da cidade.
Esta menina faleceu de gripe, aos nove anos de idade, no cômodo dos empregados.
Algum tempo depois, outros serviçais afirmaram ver uma menina parecida com Morena que perambulava pelo casarão.
Reza a lenda que alguns anos atrás, este casarão iria virar uma agência bancária, mas o fantasma de Morena aparecia para os banqueiros, nos sonhos, e apelava:
- Por favor, não destruam o lindo casarão rosa!
 Em 1993, Daniele era uma estudante de um colégio na Rua Pedro Ivo. Sempre quando ela passava pela Avenida Marechal Floriano, ficava admirando uma casa rosa de madeira.
Ás vezes, quando esta adolescente passava em frente aquela mansão, ela via uma menina de pele jambo, vestida de rosa, que lhe acenava com a mão do alto da janela.
No final do ano, ela chegou para Débora, sua amiga, e perguntou-lhe:
- Você sabe quem mora naquele casarão rosado da Avenida Marechal Floriano Peixoto?
A colega respondeu-lhe:              
- Dizem que aquela mansão é mal assombrada.
Daniele comentou:
- E se a gente fizesse a brincadeira do copo lá?
Romualdo, que escutou toda a conversa, falou:
- Eu topo!                                           
- Vamos lá!                                                           
Após a aula, os adolescentes pularam o muro da misteriosa mansão e como a porta estava aberta, entraram no local. Logo, escutaram uma voz de criança bem atrás deles:
- Boa- tarde!
Os jovens olharam para trás e Daniele reparou:
- Eu lhe conheço:
- Você é aquela mesma menina que sempre me cumprimenta quando eu passo pela Avenida Marechal Floriano Peixoto.
A pequena comentou:
- Meu apelido é Morena e sou a guardiã eterna deste casarão.
- Como vocês entraram, às escondidas, para fazer a brincadeira do copo aqui, merecem ver o meu segredo.
Débora perguntou:
- Como sabe que íamos fazer a brincadeira do copo?
A garotinha não respondeu nada e fez sinal para que os adolescentes a seguissem.
Quando chegaram ao sótão, a criança mostrou-lhe uma caixa de música do século dezenove, colocou um disco com uma canção suave e os jovens adormeceram como se estivessem sendo hipnotizados.
Quando Daniele acordou, encontrava-se no hospital e ao lado de sua cama, estava sua mãe que exclamou:
- Invasão de domicílio!
- Que coisa feia!                        
- Você deveria saber que não podemos entrar numa residência sem a permissão dos donos!
- Nunca mais faça isto!
Depois desta bronca, esta jovem nunca comentou mais nada sobre o ocorrido com ninguém.
A casa rosa da Avenida Marechal Floriano Peixoto é um lugar histórico e deve ser respeitado. Ela tem mais de um século de idade e, agora, se transformará num centro cultural como a lenda de Morena previu, pois o Sesi pretende construir um espaço de arte e cultura nela.
Visitante, quando for participar de atividades neste casarão rosa, por favor, respeite o local e os objetos históricos que estão nele.
Reza a lenda que historiadores acharam álbuns antigos dos patrões e empregados, com fotos amareladas, dentro desta casa rosa e no meio dos álbuns dos serviçais, do casarão, havia a foto de uma menina morena com uma rosa nas mãos que, provavelmente, seja o retrato da Morena Rosa deste causo.
Luciana do Rocio Mallon







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