domingo, 16 de maio de 2021

Entrevista Com Iriene Borges

 Entrevista Com Iriene Borges

 

Como todos sabem, voltei a fazer entrevistas com artistas para minhas redes sociais. A entrevistada de hoje é a cineasta Iriene Borges:

1– Como descobriu que tinha o dom para ser cineasta?

 

Na verdade eu me considero uma contadora de histórias. Eu demorei a descobrir o cinema como uma forma possível para mim, não porque não o amasse, mas porquê parecia algo muito distante da minha realidade. Vim de uma família humilde onde o sentimento de escassez impedia que eu cogitasse coisas fora da minha realidade, como aulas de dança que desejava, graças aos filmes que amava.

Na vida adulta, quando o curso de cinema já era uma realidade em Curitiba, eu lia Slavoj Zizek e escrevia sobre o filme Matrix, da distância que parecia me caber. Passou-se quase uma década até que a vontade de continuar estudando, aprender algo novo, e aplicar isso ao meu trabalho como professora me fez buscar a Pós-graduação em cinema da UNESPAR.

 

Das artes eu escolhi, ou me escolheu, talvez, a mais barata, que exige apenas papel e caneta para existir: a poesia. E a poesia é narrativa, mesmo quado intentamos que não seja. E eu neguei essa potencia narrativa na minha escrita e mais tarde na minha criação como artista plástica. Foi na defesa do meu TCC da graduação que ouvi um professor da banca dizer que não havia porquê fazer isso.

Fui investigar essa possibilidade e vi a narrativa em tudo o que já havia feito. E mais: diferentes trabalhos e diferentes suportes e as narrativas conversavam entre si, se complementavam de certa forma.

Quando na pós tive que escolher o tema do TCC optei pelo roteiro, mas contnuei na zona segura da crítica e fiz o exercício de escrever minha própria versão de roteiro para o Livro o Perfume de Patrick Suskind.

Passaram-se mais dois anos. E em 2017 eu estava numa entressafra criativa. Esta é uma zona de desespero para poetas e criativos. Então vi um edital e pensei” Por que não escrever um roteiro?”

Ao analisar o edital vi que o cinema poderia fazer parte da minha vida criativa sim. E como a narrativa sempre esteve na minha produção, eu recorri a um conto infantil criado em versos, que começou como um poema em homenagem à minha fisioterapeuta  e terminou como um roteiro de longa para animação. Decidi que essa história precisava ser contada e fazer cinema passou a ser minha missão de vida.

Amira foi o primeiro roteiro escrito depois deste longa, que se chama  Helena Queria o Chapéu.

 

 2 - Qual foi o primeiro filme que você fez?

O primeiro filme do qual  eu  participei foi na Pós-graduação. Chama-se Filhos deste solo.  Amira foi o primeiro que comecei a produzir por iniciativa e necessidade criativa minha. Enquanto a produção de Amira ficou parada, eu fui co-roteirista e diretora do curta-metragem Caixas de Passagem, através do Projeto Passeio Audiovisual que em 2019 nos premiou com equipamento e um orçamento de 50 reais. Não lançamos porque nunca chegamos ao tratamento de som que imaginamos para o filme, mas ele pode ser visto a quem solicitar acesso, até que consigamos finalizar a contento.

 

3 – Além de Cinema, você exerce outras artes?

Eu sou graduada em Gravura pela EMBAP e pós-graduada  em Cinema pela UNESPAR. Escrevo poesia desde que me conheço por gente. Mas minha formação acadêmica começou pela filosofia e passou pelo curso de pintura antes que eu me graduasse em Gravura. Então eu pinto, das técnicas de gravura tenho predileção pela xilogravura e pelo Ukyo-e e tenho me dedicado bastante à aquarela, técnica muito explorada no ateliê infantil que dava aulas, pois as acrianças adoram. E em 2020, tive a oportunidade de me aprimorar na aquarela para criar a arte da Graphic Novel Scarlet Moon, forma que achei de usar o roteiro homônimo desenvolvido em 2019 num núcleo de roteiro, para sobreviver ao impacto da pandemia sobre a minha vida e modo de sobrevivência.

 

 

 4 – Quais são as relações das outras artes, que você exerce, com o Cinema?

 

Tudo se relaciona. Há sobretudo  uma mesma poética permeando trabalhos aparentemente distintos.

 

Atualmente tenho expandido meu universo poético do papel para a tela, na forma de videopoemas, o que evoca todos os conhecimentos e experiências estéticas e narrativas acumuladas ao longo dos anos. A plasticidade que preciso evocar nas imagens  trago de minha prática de ateliê. Criar a arte, o cenário e ser a protagonista, a diretora e a operadora da câmera, faz com que me desdobre como artista. E narrativa proposta pelo roteiro, que foi inspirado no poema, ganha uma nova nuance narrativa na mesa de edição. Ao exercer todas as funções a multiplicidade artística que me tornei trabalha em função dá linguagem cinematográfica.

 

 

5 – Você está produzindo um filme chamado Amira, qual tema ele trata?

 

Amira trata da relação da mulher com o próprio o corpo  em relação ao olhar do outro. É na relação com o outro que somos.  Mas enquanto mulheres,  existem condições para sermos. Condições estas que nos  despem de nosso poder e nos objetificam. Amira começa ainda menina, tendo seu corpo devassado pelo olhar que nada mais é do que o enquadramento. E  o que começa prazeroso se torna um embate. Amira não poder virar a louca da história nem viver com medo. Como a fala icônica do filme Vem Dançar  Comigo (1992) já determinou, “viver com medo é viver pela metade”. Amira precisa ser inteira, não perder a linha de sua construção  e através da  dança, portanto da capacidade criadora,  vencer esse olhar que tenta dominá-la.

 

 

 6 – Quais são os outros artistas que participam de Amira?

 

Na equipe principal hoje somo duas, eu e a Luiza Perine que é Filmmaker. Ela foi fundamental para a pré-produção quando gravamos o vídeo usado na rotoscopia. Também foi nossa fotógrafa e editora, tanto do vídeo live action quanto da animação. Com as mudanças no processo ela segue como Editora . E ela é minha força. Me dá suporte em tudo, desde uma postagem que não consigo fazer por causa do déficit tecnológico que vivo hoje, até questões técnicas mais complicadas.

A Lua Arasaki foi nossa coreógrafa e é nossa musa. Consideramos que o trabalho dela já foi feito. Mas ela segue nos dando suporte e agora vai gravar por conta própria novas cenas que vou animar para usar na divulgação do crowdfunding.  Planejamos incluir uma produtora executiva, que vem me acompanhando em muitos projetos e editais  desde o início dessa aventura cinematográfica. Mas não vou citá-la porque estou esperando o resultado do crowdfunding e vai depender dela ter espaço na agenda para entrar para o time.

 

Além disso temos os músicos: Diego Kovaslki, Acordeonista, e Vitor Cazé, percussionista. Eles vão gravar a trilha sonora. Já tivemos uma composição original, já gravamos inclusive, mas a perdemos, infelizmente. Agora estamos conversando com outro compositor que deve entrar para o time nos próximos dias. 

 

 

7 – Como funciona o financiamento coletivo de Amira?

O crowdfunding está no catarse. Os apoios começam em trinta reais. Todos os apoiadores recebem recompensas que são diversos níveis de participação e acompanhamento do processo, determinados pelo valor da contribuição. O prêmio máximo, que é para apoios de mil reais ou mais, é uma consultoria sobre algum projeto do apoiador , seja no campo das artes ou não. A ideia é apoiá-lo em, retorno, oferecendo um olhar criativo e distanciado do seu processo.

 

Os apoiadores também serão os primeiros  a ver o filme pronto, pois serão nosso teste de audiência,  nossa crítica, especializada ao longo processo.

 

O Crowdfunding visa cobrir, os cachês dos profissionais envolvidos  bem como design de som e finalização. Além disso deve propiciar um upgrade tecnológico que tornará o processo de animação mais ágil e ecológico.

 

 

 8 – Como uma pessoa que deseja colaborar com seu projeto deve proceder?

 

Basta acessar o site do catarse através do link  e escolher a modalidade de apoio que cabe no seu bolso. Existe a possibilidade de apoiar via cartão de crédito e via boleto, o que facilita bastante essa etapa.

 

 

 9 – Dê um conselho para os jovens que sonham em ser artistas.

Não tenham medo de tentar e não se intimidem pelas dificuldades do mercado. Coloque o seu trabalho no mundo sem medo.

 

10 – Deixe seus contatos, caso alguém queira contratar seus serviços

 

Estes são os mais seguros:

 

Meu e-mail: irieneborgess@gmail.com e Celular 41-995905169

O direct do instagram também: @irieneboges

 

 

https://www.instagram.com/irieneborges/

 

https://www.youtube.com/channel/UCFhvOo_jVAGxNKM7AQFe5sA

 

https://twitter.com/iriene48674548

 

 

 



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