sábado, 31 de maio de 2014

Lenda da Cigana da Czarda

Lenda da Cigana da Czarda              
        
No século dezenove existia uma cigana chamada Celina, que gostava de tocar e compor músicas em seu violino. Ao mesmo tempo que ela tocava, o seu corpo dançava conforme o ritmo da música. Um certo dia sua caravana parou na Hungria e a menina decidiu treinar o instrumento na floresta. Quando, de repente, Alexandre, que também era músico e estava escondido no bosque, encantou-se com o jeito de tocar da cigana. Então, com o objetivo de ter aulas de violino gratuitas, este rapaz decidiu seduzir Celina.
Assim, os dois passaram a se encontrar na floresta e lá a moça ensinava violino a Alexandre. Mas, numa tarde nublada, os ciganos descobriram que Celina estava grávida e por isto, ela foi expulsa do clã.
A moça percorreu toda a aldeia atrás do seu amado, porém não conseguiu encontrá-lo. Deste jeito, ela parou ao lado de uma taverna e começou a chorar. Assim, um idoso, que era  dono daquele estabelecimento perguntou-lhe:
- Garota, por que está chorando?
A menina explicou:              
- Eu sou cigana, fui expulsa do meu clã porque fiquei grávida de um gadjo, ou seja, um não cigano e não consigo achá-lo em lugar nenhum.
O homem ao ver que a menina carregava um instrumento, indagou:
- Isto que você tem na mão é um violino?
- Você sabe tocar?
- Consegue dançar, também?
Ela respondeu:
- Sim, é um violino cigano e sei tocar este instrumento. Também sei dançar enquanto toco.
O velhinho fez a seguinte proposta:
- Eu aceito lhe dar abrigo em troca de espetáculos seus, com violino e dança, para os clientes da minha taverna.
Assim, a garota aceitou a proposta no mesmo instante. Desta maneira, ela passou a tocar o instrumento todas as noites naquele bar. Logo ela recebeu o apelido de: Cigana da Czarda, pois czarda significa taverna.
Reza a lenda que uma certa noite, Alexandre junto com Vitorio Monti, seu atual professor de violino, entraram na taverna bem no começo da apresentação de Celina.
Após a garota encerrar o espetáculo, ela abraçou seu amado, que disse:
- Este é Vittorio Monti, meu mestre musical, e ele gostaria de ter aulas de violino cigano com você.
Desta maneira, Celina aceitou ensinar os segredos deste instrumento cigano a estes músicos. Após isto, Vittorio Monti compôs músicas chamadas Czardas, que significam tavernas, em homenagem a lenda desta cigana.
Celina foi morar com Alexandre, numa casa, onde dançava ao mesmo tempo que tocava o violino cigano. Por causa deste causo todo, ela ficou conhecida como a: Cigana da Czarda.
Ela é uma entidade que atende aos pedidos amorosos e de prosperidade. Para pedir a sua proteção, basta fazer a seguinte simpatia:
Coloque uma moeda dentro de um pote de mel e deixe debaixo de uma macieira. Após isto faça a seguinte oração:
“- Cigana da Czarda, ofereço esta moeda no mel para que existam sempre amor e dinheiro em minha casa.”
Luciana do Rocio Mallon










Lenda do Remédio Que Deixa Tudo Azul

Lenda do Remédio Que Deixa Tudo Azul
                         
Lauro era um rapaz esforçado e tímido, morador de Curitiba, que sempre sofreu bullying no ambiente de trabalho. No seu primeiro dia de serviço, uns engraçadinhos deram chicletes que deixam a língua azul para o pobre.
Dois anos depois este rapaz arrumou, no próprio ambiente de trabalho, uma namorada chamada Rose, que vivia tendo problemas de saúde por causa do frio da capital do Paraná. Um destes problemas era cistite junto com friagem nas partes íntimas. Então para resolver isto, a moça usava um remédio chamado Cystex que deixava a urina e a parte exterior da vagina azul. Um certo dia, Lauro resolveu ter relações orais, com sua amada, no escuro, dentro do depósito da firma. Pois, o tempo estava curto. Mas dona Clara, a zeladora, percebeu tudo.
Após ter estas intimidades, o moço entrou na reunião da empresa e no momento em que foi dar a sua palestra, todos notaram que língua do homem estava azul. De repente, o chefe interrompeu:
- Quem foi que deu chicletes com anelina azul para este funcionário, de novo?
Assim, Clara comentou:
- A questão é que desta vez não foi chicletes, e, sim Cystex.
Luciana do Rocio Mallon
                                                              



sexta-feira, 30 de maio de 2014

Sem Poesia Não Há Cidade

Sem Poesia Não Há Cidade

Todo o tipo de cidade
É feito de várias pessoas
Em busca da felicidade
Nas ações leves e boas!

Que emanam luzes ao universo
Em qualquer atitude de harmonia
Fazendo brilhar o mais puro verso
No abraço doce da breve poesia!

As casas têm sorrisos e esperanças
Porém, seus muros são solitários
Sem paixões e sem temperanças
Eles aguardam atos solidários!

Uma poesia num muro vazio
Ilumina a sua alma inocente
Causando na Lua, um arrepio
Pois o muro deixa de ser carente!

No Bosque da Casa Gomm,
Bem no meio de um evento
Aconteceu algo fora do tom
Que aos poetas causou tormento:

Um homem escreveu num muro branco
Que sem Poesia Não Existe Cidade
Mas foi denunciado de um jeito nada franco
Por isto ele foi preso injustamente de verdade!
Até o muro tremeu diante de tamanha calamidade

Depois o homem foi solto, mas a poesia continuou presa
Porém, a chama da liberdade ainda continua acesa!
Afinal, sem poesia não existe cidade
Pois ela é a ponte para a felicidade.
Luciana do Rocio Mallon










O Amor Entre a Naftalina e o Sachê

O Amor Entre a Naftalina e o Sachê
( Parte II)
                        
Dentro do armário, numa gaveta
No meio da calcinha da menina
Existe um ser curioso e xereta
Chamado, vulgarmente, de naftalina!

A naftalina expulsas as tristes traças
Brincando com as tangas cheias de graças!
Por fora, ela tem a cor toda branca
Por dentro, possui a alma branda!

De repente, jogam um sachê
No meio daquela lotada gaveta
Causando o maior fuzuê
Com seu cheiro de violeta!

O sachê olha para a naftalina
Assim, surge um bom sentimento
No meio da meia de seda fina
Que rasga-se, acabando com o tormento!

O sachê com o seu perfume suave e leve
Tira o cheiro forte da naftalina triste
Mostrando que esta paixão não é breve
Pois o amor é a coisa mais bela que existe.
Luciana do Rocio Mallon




quinta-feira, 29 de maio de 2014

Frio de Curitiba X Amor Não-Correspondido

O frio de Curitiba é igual a amor NÃO-correspondido: é tão profundo que chega a doer na alma.
Luciana Do Rocio Mallon

Simpatia das Aves

Simpatia para a aves trazerem prosperidade ao seu lar:
As seis da manhã, pegue um punhado de alpiste e vá até a frente do seu portão. Então, espalhe este alimento em forma de triângulo, entre em casa e fique espionando o que acontecerá depois pela janela.
Quando os pássaros começarem a se alimentar com este alpiste, faça pensamentos positivos.
Luciana Do Rocio Mallon

Frio X Inferno

Hoje uma mal amada esbarrou comigo na rua me xingou:
- Vá para o quinto dos infernos, menina que não sabe por onde anda!
Respondi:
- Obrigada!
- Do jeito que está frio em Curitiba o negócio é se aquecer no Inferno mesmo.
- Daí posso aproveitar para sentar no colo do capeta e fazer um canguru perneta!
- Como está gelado na capital do Paraná , o caldeirão do inferno pode virar banheira de ofurô. Menos para você, querida. Pois se a sua pessoa se jogar em qualquer banheira quente, vira canja.
Após isto, sai correndo.
Afinal, não sei por onde ando, mas sei aonde quero chegar.
Luciana Do Rocio Mallon .

A Professora Preconceituosa e as Profissões Simples

A Professora Preconceituosa e as Profissões Simples
                  
A professora primária falou em sala de aula:
- Alunos, estudem!
- O estudo garante o futuro. Pois, a caneta pesa menos do que a enxada.
- Se vocês não estudarem, no futuro, virarão pedreiros e garis.
De repente,  Joãozinho disse:
- Mestra, por que um pedreiro, ou, um gari ganham bem mais do que uma professora primária?
Como um raio, Maria comentou:
- O que a senhora tem contra pedreiros e garis?
- Eu acho que isto é preconceito!
- Tenho um tio que tem curso superior, mas foi trabalhar como pedreiro porque, assim, ganharia mais.
Na mesma hora, a professora infartou.
Ao chegar ao inferno, ela viu o capeta fantasiado de mestre-de-obras. Então o diabo falou:
- Seja bem-vinda!
- Aqui é o lugar das pessoas preconceituosas.
- Você é o tijolinho que faltava na minha construção.
Luciana do Rocio Mallon






terça-feira, 27 de maio de 2014

Sobre a Morte de Inami Custódio Pinto

Sobre a Morte de Inami Custódio Pinto

Infelizmente, nesta última terça-feira 27 de maio, faleceu o professor, pesquisador, musicista, folclorista, artesão e compositor Inami Custódio Pinto. Ele foi um entusiasta da cultura paranaense, pois pesquisou lendas, tradições e danças típicas deste estado fazendo com que esta arte toda não se perdesse com o tempo.
Seu principal livro chama-se: Folclore-Aspectos Gerais e ele lançou um CD com o resgate da música folclórica paranaense chamado: Retratos Musicais.
O trabalho de Inami é de grande valor porque significa o resgate de tradições folclóricas de todas as etnias que formaram o Paraná, principalmente, a indígena. O curioso é que o nome Inami em tupi-guarani significa água azul. Com certeza, seu falecimento, foi uma perda grande para a cultura. Afinal, precisamos de intelectuais que sigam o exemplo de Inami, que pesquisem e não deixem as lendas e tradições do nosso estado desaparecerem. Afinal, um povo sem passado é um povo sem História.
Luciana do Rocio Mallon

                                                                         


segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Dia Em Que Dancei Valsa com a Gilda

O Dia Em Que Dancei uma Valsa com a Gilda
         
Era 12 de outubro de 1980 e meu pai disse:
- Vamos se arrumar que eu levarei você para a festa do Dia das Crianças no Passeio Público.
Ao escutar isto, minha mãe colocou um vestido cor-de-rosa em mim, cheio de babados e com um laço atrás, uma verdadeira peça que combinava com uma garota de seis anos, idade que eu tinha na época.
Ao chegar ao Passeio Público, olhei os bichos, escutei um som que vinha de longe. Então, de repente, larguei das mãos dos meus pais e logo me aproximei de uma banda de palhaços que estava tocando uma valsa. Assim comecei a bailar sozinha. Quando, como um raio, um homem de barba, porém com roupas femininas mais precisamente um vestido florido, me tirou para dançar. Como achei a personagem engraçada, aceitei e afirmei:
- Um homem vestido de mulher.
Logo, o dançarino me corrigiu:
- Errou.
- Pois sou uma mulher vestida de homem.
Desta forma perguntei:
- Qual é o seu nome?
A pessoa respondeu:
- É Gilda, em homenagem à atriz do filme: Nunca Houve uma Mulher Como Gilda.
Após estas palavras, senti “flashes” de curiosos tirando fotos da nossa dança.
De repente, a música acabou e dei um giro. Mas, quando voltei ao normal, notei que Gilda tinha sumido. Como não sabia o nome daquela valsa, fui até o maestro da banda e perguntei:
- Moço, qual é o nome da música que acabou de tocar?
Ele respondeu:
- Chama-se Giulia Gentil.
Logo comentei:
- Giulia?
- Igual o nome da pessoa que estava dançando comigo?
O músico explicou:
- Não.
- O nome daquele rapaz é Gilda.
- Na verdade, ele é um homem que se veste de dama.
De repente, escutei uma voz gritando meu nome, era minha mãe falando:
- Luciana?
- Onde você estava?!
- Procurávamos você até agora!
Algum tempo se passou e em maio de 1982, ganhei uma caixinha de música de Lúcia Hundezinski, a empregada da minha tia-avó, que disse:
- Estou dando-lhe esta caixinha de música que tem mais de cem anos.
- Espero que goste.
-Quando eu abri esta caixa, notei que havia um casal de bonequinhos dançando conforme a música, só que era uma mulher comum dançando com um homem de barba, que usava um vestido feminino.
Então, Lúcia explicou:
- Há certos lugares do Leste Europeu onde os homens dançam vestido de mulheres.
Assim, pensei em voz alta:
- Isto me lembrou a Gilda.
A moça indagou:
- Lembrou-se de quem?
Eu falei:
- Ah...
- Esquece!
Sempre que eu olhava para aquele objeto, era como se ele não me pertencesse. Por isto, geralmente, me vinha a idéia de oferecer a caixinha de música à Gilda. Mas, não sabia onde encontrá-la.
Em fevereiro de 1983, minha avó convidou-me para ir ao centro de Curitiba, e, tive vontade de levar a caixinha de música junto. De repente, passando pela Rua XV, avistei a Gilda: de vestido, porém mais magra e abatida. Desta maneira, cheguei perto dela e disse:
- Você se lembra de mim?
- Você dançou valsa comigo no Passeio Público!
- Este presente é para você: uma caixinha de música.
Deste jeito, Gilda deu um sorriso, abriu o objeto e me deu um beijo na testa. Depois ela comentou:
- Uma caixinha de música por um beijo na testa.
Em março de 1983 escutei nos noticiários que assassinaram esta personagem da cidade.
Gilda foi uma personalidade que marcou Curitiba. Por isto, peço para que as pessoas que tiverem alguma foto de uma menina, de cor-de-rosa, dançando com esta personagem no Passeio Público para que entrem em contato comigo. Pois a garota, do retrato, sou eu com seis anos de idade.
Luciana do Rocio Mallon






domingo, 25 de maio de 2014

Dia da Costureira

Dia da Costureira

25 de maio é o dia da costureira
Que é uma mulher trabalhadeira!
Quando ela senta na máquina de costura
O mundo inteiro se enche de ternura!

A costureira da paz e do amor
Transforma um reles tecido
Numa peça cheia de esplendor
Que atrai a flecha do cupido!

Uma humilde máquina de costura
Pode sustentar uma linda família
Retirando a tristeza e a amargura
Fazendo da roupa uma maravilha!

A esforçada costureira na fábrica
Faz da brilhante agulha uma caneta
Assim ela pratica a divina mágica
De transformar a lagarta em borboleta!

A suave costureira da poesia
Remenda um coração partido
Com o fio sagrado da harmonia
O sonho não fica encolhido!

25 de maio é o dia da costureira
Que é uma mulher trabalhadeira
Quando ela senta na máquina de costura
O mundo inteiro se enche de ternura.
Luciana do Rocio Mallon







terça-feira, 20 de maio de 2014

Paixão X Remédio

Um dia, o cupido me falou que, para sarar da depressão, eu deveria me apaixonar.
Mas ele NÃO me contou que a paixão NUNCA foi um remédio qualquer, pois trata-se de um medicamento de caixa preta. Porém droga controlada é assim, das duas uma: ou vicia ou mata.
(Reflexões da Tia Lu)
Luciana do Rocio Mallon 

sábado, 17 de maio de 2014

Águas Paradas Não Movem Moinhos, Mas Geram Dengue

Águas Paradas Não Movem Moinhos, Mas Geram Dengue

Minhas lágrimas cristalinas,
Das almas puras de meninas
Viraram águas sujas, paradas
Esquecidas, podres e passadas
                                             
Daquelas que não movem cata-vento
E muito menos moinhos de vento
Dos delírios suaves de Dom Quixote
E dos pesadelos de qualquer pixote!

Minhas lágrimas apesar de serem verdadeiras
Transformaram-se em águas traiçoeiras!
São líquidos imundos que deixam alguém doente
Principalmente quando a alma é carente

Águas paradas não movem moinhos de vento
Porém, geram a mais cruel dengue
Garrafas e baldes com água ao relento
É atitude de moleque delinqüente!

Águas passadas não movem moinhos de vento
Mas, geram dengue com todo o seu perigo
Não paro de recolher meu choro ao relento
Preciso de um abraço de um bom amigo!

Minhas lágrimas são águas paradas
Dentro de um balde inconseqüente
Elas são impuras, sujas e passadas
Abrigando a larva da dengue.
Luciana do Rocio Mallon





quarta-feira, 14 de maio de 2014

Dia do Assistente Social, 15 de Maio

Dia do Assistente Social, 15 de Maio

15 de maio é uma data especial
Porque é dia do assistente social!
Que defende os fracos e os oprimidos
Desvendando sentimentos escondidos!

Ele é mais do que um cavalheiro
Que salva a princesa indefesa
Pois ele expulsa o dragão traiçoeiro
Com o resto de toda a sua malvadeza!

Ele não tira só o mendigo da rua
Pois, ele dá uma gota de esperança
Juntamente com o brilho da misteriosa Lua
Na balança da justiça com a temperança!

O mágico assistente social
Não dá apenas apoio para o idoso
Ele oferece uma casa com quintal
Através do seu espírito corajoso

Ele dá proteção à criança e ao adolescente
Porque saber valorizar o futuro               !
Ele reconhece um ser doce e inocente
Que não merece um lugar obscuro!

Os reis magos também foram assistentes sociais
Por isto a estrela deles é símbolo deste trabalhador
Pois esta estrela já iluminou diversos astrais
Irradiando o brilho do mais puro amor!

15 de maio é uma data especial
Porque é dia do assistente social!
Que defende os fracos e os oprimidos
Desvendando  sentimentos escondidos.
Luciana do Rocio Mallon




Pico X Pica

Veja o seguinte recado machista que recebi "In box":
- Menina , seu problema é falta de uma pica!
Minha resposta:
- Cafajeste, o seu problema é falta de pico!
- Falta de ir para o pico do Himalaia meditar e esfriar esta sua cabeça antiguada, que acha que mulher precisa de sexo para viver. Afinal, se você congelar o seu "bilau" na neve do Himalaia, verá que ele não é tão essencial assim.
Afinal para uma PICA sempre há um PICO.
(Respostas da Tia Lu )

sábado, 10 de maio de 2014

A Tristeza de uma Geração Que Não Sabe o Que é Anágua

A Tristeza de uma Geração Que Não Sabe o Que é Anágua

Estes dias uma amiga, que tem quarenta anos de idade, pediu para que eu conversasse com sua jovem filha sobre Dança Cigana. Bem, conversa vai e papo vem, até que o final encaminhou para isto abaixo:
- Tia Lu, amei quando você disse que a Dança Cigana ajuda na coordenação motora, no bem- estar físico e mental. Mas, vi você dançando com algumas peças especiais. Então eu gostaria de saber o nome de cada uma delas.
- Bem, tem: blusa, colete, espartilho, bijuterias, flor no cabelo, saia rodada e anágua comprida.
Após estas palavras, a menina me olhou assustada e falou:
- Anágua?
- O que seria anágua?
- É uma nova marca de água mineral?
- Nossa!
- Como a indústria de água mineral cresce!
- Seria o nome de algum perfume?
- Uau!
- Como sempre inventam algo novo na indústria de cosmésticos!
Logo, expliquei:
- Colega, não é nada disto.
-  Até os anos 80 anágua era uma saia fina, de preferência feita de um tecido parecido com o cetim, que era colocada em embaixo da saia principal ou do vestido. Esta peça de roupa era utilizada para que a saia principal não corresse o risco de ficar transparente, ou, para evitar escândalos caso o vento levantasse a saia principal. Na Dança Cigana a anágua é necessária, pois existem muitos giros e movimentos com a saia principal. Deste jeito, o balé não corre o risco de ficar vulgar. Também é bom lembrar que alguns vestidos de noiva ainda são confeccionados com anáguas por baixo.
Assim a menina exclamou:
- Poxa, mas que peça mais inútil hoje em dia!
- Pois corta a sensualidade!
- O seu uso na dança até posso entender...
- Mas numa peça casual, seu uso é desnecessário.
Desta maneira eu expliquei:
- Não acredito que a anágua corte a sensualidade.
- Pois, meu falecido avô dizia que a anágua das moças é que despertava o desejo dele. Quando ele estudava, meu avô levava um espelhinho, que jogava no chão, só para ver a anágua bordada, que uma menina usava. Segundo ele, todos os dias, esta jovem vinha com uma anágua com bordados diferentes.
Depois destas palavras, perguntei à garota:
- Menina, em que ano você nasceu?
A adolescente respondeu:
- Em 1997.
Deste jeito, pensei em voz alta:
- Tenho pena desta geração que não conheceu os encantos de uma anágua. Pois as fadas e princesas seculares sempre usaram anáguas. Mas vocês nunca fantasiaram esta peça de roupa. Existe até anágua -de -vênus.
A menina espantou-se:
- Já sei:
- Anágua –de- vênus é um preservativo feminino, né?!
No mesmo segundo respondi:
- Não.
- Anágua- de- vênus é uma flor, que tem poderes afrodisíacos de sedução. Reza a lenda que se você levar a pessoa amada para o jardim e fazer com que ela cheire o perfume desta flor, ela se entregará, totalmente, mas não se lembrará de nada no dia seguinte.
Desta maneira a garota concluiu:
- Poxa, esta é a única anágua que eu tenho vontade de usar.
Deste jeito concluí:
- Assim, não dá!
- Desisto!
- Triste é a geração que não conheceu a verdadeira anágua.
Luciana do Rocio Mallon






A Tristeza de uma Geração Que Não Sabe o Que é Anágua

A Tristeza de uma Geração Que Não Sabe o Que é Anágua

Estes dias uma amiga, que tem quarenta anos de idade, pediu para que eu conversasse com sua jovem filha sobre Dança Cigana. Bem, conversa vai e papo vem, até que o final encaminhou para isto abaixo:
- Tia Lu, amei quando você disse que a Dança Cigana ajuda na coordenação motora, no bem- estar físico e mental. Mas, vi você dançando com algumas peças especiais. Então eu gostaria de saber o nome de cada uma delas.
- Bem, tem: blusa, colete, espartilho, bijuterias, flor no cabelo, saia rodada e anágua comprida.
Após estas palavras, a menina me olhou assustada e falou:
- Anágua?
- O que seria anágua?
- É uma nova marca de água mineral?
- Nossa!
- Como a indústria de água mineral cresce!
- Seria o nome de algum perfume?
- Uau!
- Como sempre inventam algo novo na indústria de cosmésticos!
Logo, expliquei:
- Colega, não é nada disto.
-  Até os anos 80 anágua era uma saia fina, de preferência feita de um tecido parecido com o cetim, que era colocada em embaixo da saia principal ou do vestido. Esta peça de roupa era utilizada para que a saia principal não corresse o risco de ficar transparente, ou, para evitar escândalos caso o vento levantasse a saia principal. Na Dança Cigana a anágua é necessária, pois existem muitos giros e movimentos com a saia principal. Deste jeito, o balé não corre o risco de ficar vulgar. Também é bom lembrar que alguns vestidos de noiva ainda são confeccionados com anáguas por baixo.
Assim a menina exclamou:
- Poxa, mas que peça mais inútil hoje em dia!
- Pois corta a sensualidade!
- O seu uso na dança até posso entender...
- Mas numa peça casual, seu uso é desnecessário.
Desta maneira eu expliquei:
- Não acredito que a anágua corte a sensualidade.
- Pois, meu falecido avô dizia que a anágua das moças é que despertava o desejo dele. Quando ele estudava, meu avô levava um espelhinho, que jogava no chão, só para ver a anágua bordada, que uma menina usava. Segundo ele, todos os dias, esta jovem vinha com uma anágua com bordados diferentes.
Depois destas palavras, perguntei à garota:
- Menina, em que ano você nasceu?
A adolescente respondeu:
- Em 1997.
Deste jeito, pensei em voz alta:
- Tenho pena desta geração que não conheceu os encantos de uma anágua. Pois as fadas e princesas seculares sempre usaram anáguas. Mas vocês nunca fantasiaram esta peça de roupa. Existe até anágua -de -vênus.
A menina espantou-se:
- Já sei:
- Anágua –de- vênus é um preservativo feminino, né?!
No mesmo segundo respondi:
- Não.
- Anágua- de- vênus é uma flor, que tem poderes afrodisíacos de sedução. Reza a lenda que se você levar a pessoa amada para o jardim e fazer com que ela cheire o perfume desta flor, ela se entregará, totalmente, mas não se lembrará de nada no dia seguinte.
Desta maneira a garota concluiu:
- Poxa, esta é a única anágua que eu tenho vontade de usar.
Deste jeito concluí:
- Assim, não dá!
- Desisto!
- Triste é a geração que não conheceu a verdadeira anágua.
Luciana do Rocio Mallon






Lenda da Cigana do Carimbó

Lenda da Cigana do Carimbó
                     
Na época do Brasil Colônia, na região Norte, existiam os índios tupinambás que gostavam de músicas e danças. Eles usavam uma árvore chamada curimbó para fazer um tambor, que era utilizado em rituais.
Naquela região, muitos escravos fugiam para as florestas e eram acolhidos por estes índios. Deste jeito, a cultura deles foi recebendo uma pitada de contribuição africana.
Reza a lenda que, naquele tempo, muitos infratores que eram presos no Sul e Sudeste mas, que não conseguiam ser mortos, na forca através da pena de morte, eram levados para o Norte onde poderiam usufruir da liberdade. Porém como muitas autoridades já sabiam da fama destas pessoas, a fofoca se espalhava entre a população e assim estes seres eram expulsos das vilas através de ameaças. Deste jeito, estas criaturas fugiam para a selva e eram acolhidas nas aldeias dos tupinambás. Então, a cultura destes índios recebeu a influência dos portugueses.
Um certo dia, uma caravana de ciganos estava passando, pelo Norte do Brasil, e resolveu armar as tendas numa clareira no meio da floresta. Neste grupo estava a cigana Claúdia que vestia saia rodada, bijuterias e gostava de dançar. Depois que as barracas foram armadas, esta garota resolveu passear pela selva. Mas, acabou se perdendo e não achou mais o seu povo. Desta maneira ela passou a gritar pela floresta:
- Socorro!                                            
- Socorro!
Até que ela viu uma fumaça, caminhou e entrou numa aldeia, onde existiam três etnias bailando uma dança circular: indígena, negra e branca. Assim um descendente de português avistou a cigana e exclamou:
- Menina, o que você vai fazer com esta saia rodada?!
- Menina, o que você vai fazer com este rebolado?!
- Menina, vem para a roda!
Então Claúdia dançou junto com estas pessoas.
Depois da festa, a garota contou sobre sua situação e foi convidada para morar naquele lugar. Um certo dia, a cigana sugeriu ao chefe:
- Deveríamos ir até a vila oficial dos brancos para mostrar esta dança que é feita com o tambor curimbó.
Por isto uma reunião foi feita e a idéia da menina foi acolhida.
Deste jeito os moradores da tribo foram até o centro da vila oficial dos brancos e começaram a dançar. Assim eles encantaram o povo e por causa da madeira do tambor, aquela manifestação artística recebeu o nome de: Carimbó.
Por coincidência as palavras que o descendente de português falou para a cigana Cláudia, quando ela entrou na aldeia, são semelhantes aos versos cantados pela cantora Lia Sophia na música chamada: Ai, Menina.
Luciana do Rocio Mallon








Relacionamento Co-Dependente

Relacionamento Co-Dependente
          
Um ser depressivo e carente
De um marcante sentimento
Com asas de um sonho inocente
Pode cair num relacionamento
Cruel, obsessivo e co-dependente!

Ele pode ser a areia beijando o mar
Na ilha ilusória que é amar!
Quando ele vira a areia branca
Com alma de Lua leve e franca
                                 
Esta fina areia se apaixona pelo mar
Mas, acha que sem ele não pode viver
Então sua onda, a areia precisa acariciar
De dia, de tarde, de noite e ao amanhecer!

Ela somente tem esta paixão como plano
Se esquecendo que pode viver sem o oceano!
Pois sem o mar ela vira um lindo deserto
Tendo o Sol como amante por perto!

Quando o mar fica violento
A areia chora ao relento
Queixando-se ao vento!


Este azul, forte e caprichoso mar
Bate na pedra para a areia apanhar!

Um ser depressivo e carente
Pode ficar muito doente
Por causa de uma paixão co-dependente!

Ele precisa zelar pela vida do amado
Pois não consegue cuidar da própria alma
Vigiando o outro, ele se sente calado
Com uma angústia disfarçada de calma.
Luciana do Rocio Mallon








quinta-feira, 8 de maio de 2014

Um Leão Na Cova dos Leões

Um Leão na Cova dos Leões:
Riwel, o leão com nome de cantor americano de música brega e que já foi sequestrado duas vezes, foi transferido para Curitiba, a cidade onde os bichos-lendas são sequestrados.
Ainda, por cima, prometeram que se ele tivesse um bom comportamento na jaula, ganharia a companhia de duas leoas junto com o pai delas.
O prêmio é a companhia de amiguinhas junto com o pai delas?
Pois é, Riwel:
Você virou Daniel na cova dos leões!
(Descobertas da Tia Lu)
Luciana Do Rocio Mallon

Machado de Assis e o Funk

Machado de Assis e o Funk
        
Soube através da mídia que uma professora traduzirá a obra O Alienista do escritor Machado de Assis para a linguagem atual e coloquial. Alguns críticos acharam esta idéia uma aberração. Já outros aplaudiram a iniciativa pois, segundo eles, a tradutora deixará a obra de Machado mais acessível às pessoas de pouca cultura.
Na minha opinião, isto é massacrar a obra do autor e chamar as classes sociais populares de ignorantes. Sendo que as pessoas humildes NÃO são incapazes. Pois elas só precisam ter acesso a uma educação de qualidade para, assim, entender a obra de Machado de Assis.
Mas para os críticos azedos de plantão não ficarem revoltados comigo, traduzi a obra Dom Casmurro para o Funk:
Dom Casmurro
                                                
Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
                      
Capitu, por favor, não faça assim comigo
Até hoje não descobri se o Bento foi traído!
Capitu, você sempre foi assanhada
Com estes olhos de ressaca!

O menino chamado Bento
Foi prometido ao convento
Assim, ele ficou chateado
Pois, estava apaixonado

Pela Capitu de tranças cintilantes
E olhos brilhantes de diamantes!
Mesmo achando o destino ordinário
Bentinho foi ao seminário

Lá ele conheceu seu amigo Escobar
Os dois conversavam à luz do Luar!
Mas sua mãe depressiva, triste e arrependida
Vendo a paixão, por Capitu, correspondida

Resolveu tirar o seu filho Bento
Daquele escuro convento!

Então longe daquele tormento
Ocorreu, finalmente, o casamento
Entre a linda Capitu e o inocente Bento!

Eles tiveram um filho chamado Ezequiel
Com olhos claros e cabelos cor de mel!
Mas a criança era parecida com Escobar
Assim Bento passou a desconfiar

De uma possível chifrada
Que não podia ficar calada
Não tinha exame de DNA naquele tempo
Por isto, como sofreu este Bento!

Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
Capitu, Capitu, Capitu
Quem mexeu no seu caju?
                      
Capitu, por favor, não faça assim comigo
Até hoje não descobri se o Bento foi traído!
Capitu, você sempre foi assanhada
Com estes olhos de ressaca.
Luciana do Rocio Mallon












Meu Primeiro Sarau

Meu Primeiro Sarau

Um certo dia, quando eu tinha 5 anos de idade, estava me recuperando de uma doença em casa. Mesmo assim, com um pouco de dor de barriga e de cabeça, fui levada para passar um final de semana na casa de uma tia-avó.
Então entrei em sua residência e fui olhar gibis na sala. Quando, de repente, minha tia-avó perguntou:
- Quer ir a um sarau em Campo Largo?
Então pensei em silêncio:
- Sarau?
- O que será isto?!
- Acho que já sei:
- Deve ser um lugar onde farão um ritual para eu sarar. Afinal, a palavra sarau lembra sarar.
- Da última vez que sai com esta parenta, ela me levou a uma tal de “curandeira” que me benzeu com a intenção de tirar bichas do meu estômago.
- Eu acho que ela percebeu que eu estou com um pouco de dor e por isto deseja me levar a este tal de sarau.
Após este me rápido pensamento, eu respondi:
- Sim.
Desta maneira, entrei no carro e quando chegamos ao lugar, fiquei encantada com tudo que vi: músicos, bailarinas e poetas.
As melodiosas palavras entraram em mim, invadiram o meu corpo e suas energias curaram a minha dor.
Assim quando voltamos a casa desta minha tia-avó, ela me perguntou:
- Gostou do sarau?
Respondi deste jeito:
- Sim, pois antes eu estava com um pouco de dor de barriga e de cabeça. Mas a senhora quis me levar a esta sarau para que eu sarasse igual fez aquele dia da visita à “curandeira”. Aquelas palavras encantadoras das poesias me curaram.
- Agora toda a vez que eu desejar que meu corpo sare, pedirei para que alguém me leva a um sarau.
Luciana do Rocio Mallon






quarta-feira, 7 de maio de 2014

Friendzone Masculina

Friendzone Masculina

Você chega com esta sua barba azul
Roçando meu corpo de norte a sul
Porém confessa que não me deseja como amante
Nem como namorada e muito menos como ficante!
                                  
Você diz que não sirvo para ser amiga colorida
Porque, ás vezes, tenho atitudes rabugentas!
Mas o que, realmente, me causa uma cruel ferida
É saber que você prefere as tardes cinzentas!
                      
Você me faz uma declaração apaixonada
Depois diz que meu corpo não é nada!
Por coincidência, no mesmo segundo
Joga e atira um olhar profundo

De um jeito sujo e imundo
Falando que minha alma é seu mundo

E no mesmo instante me abraça
Depois diz que sou sem graça!
Você deseja prender meu espírito
Num sonho proibido e lírico!

Não sei o que se passa na sua mente
Se você nunca chega ao finalmente
E se nega a dizer o que, realmente, sente!

Se você fosse mulher, eu até entenderia
O seu toque me causa a mais pura agonia!
Será que isto faz parte de um jogo misterioso
Você não morde a carne, mas segura o osso?

Você não quer meu corpo e nem minha pele alva
Porque o seu desejo é a minha pura alma
Que nesta hora não consegue ser salva!

Você quer dominar o meu eu interior
Usando meu corpo como escudo
Para manter a amizade, sem sentir amor
Porque sua esperteza é tudo!

Posso ser mulher, mas tenho alma de menina
Você me coloca na sua friendzone masculina
Sou mais uma bailarina delicada, meiga e fina
No seu palco escorregadio feito de margarina.
Luciana do Rocio Mallon






Sou da Época...

Sou da época em que:
- Quadradinho de oito chamava-se plantar bananeira,
- Beijinho no ombro era o nome que se dava para autoestima,
- Lepo-lepo era um quebra-cabeça inocente,
- Leque era um instrumento para se abanar, e,
- Compadre Washington era um presidente.
Não sabia disto?!
Hum, sabe de nada inocente!
(Confissões da Tia Lu)

terça-feira, 6 de maio de 2014

Desapaixonada

Desapaixonada

Hoje chorei sem sentir nada
Pois, finalmente, descobri
Que estou desapaixonada
A flor não precisa do colibri
Para ser feliz e bem amada!
                                  
Hoje choveu ao meio-dia
Mas nem sombrinha armei
Rasguei a carta com uma poesia
Que fiz para alguém que amei!

Sinto um misto de saudade
Com uma gota de indiferença
Apesar de tanta ingratidão e maldade
Não perdi a minha crença...
Pois, me livrei da pior doença!

Não tirei as pétalas da margarida
Num jogo fútil de bem-me-quer
Sou uma ave delicada, frágil e ferida
Há muito tempo deixei de ser mulher!

Não tentei cheirar o perfume da rosa
Os espinhos só servem para me machucar
Senti o frescor da brisa caridosa
Acariciando meus cabelos ao ar!

Estou desapaixonada, o desejo voou ao vento
Nada pode me tirar este novo sentimento!
É um misto de desapego com uma gota de saudade
Arrebentei as correntes da paixão e senti a liberdade.
Luciana do Rocio Mallon






Dúvidas Na Aula de Inglês

 Dúvidas Na Aula de Inglês
Havia um exercício assim:
Escreva e fale em Inglês as ações que uma pessoa pode fazer nos lugares abaixo. Então um destes locais era Dance Club. Assim eu disse:
Dance Club is a place where you dance, have fun, meet friends...
Mas no meio da frase perguntei:
- Professora, como se diz pegar em Inglês?

(Dúvidas da Tia Lu)         

Lenda da Corneta de Reynaldo

Lenda da Corneta Mágica de Reynaldo

Dona Neusa Mallon contou-me este causo e autorizou-me a postá-lo na Internet:
No século dezenove havia um músico chamado Reynaldo Mallon, que gostava de tocar instrumentos de sopro. Um certo dia, um senhor que tinha uma empresa de diligências, que transportavam passageiros, cartas e encomendas, contratou Reynaldo para ser o postilhão: ele ia na frente anunciando as caravanas através de uma corneta. O som do instrumento era importante porque algumas pessoas moravam longe das estradas. Então, os pacotes eram deixados nas porteiras das propriedades e a corneta servia para avisar que as encomendas tinham chegado.
Uma vez, um grupo de saqueadores assaltou as diligências e levaram a corneta de Reynaldo, que ficou muito triste.
Uma semana depois, este rapaz estava caminhando no meio da floresta e escutou um som de corneta. Por isto seguiu a música e chegou até onde havia uma mulher com um bebê que tinha acabado de nascer. Assim o rapaz perguntou:
- É daqui que veio um som de corneta?
Deste jeito a parteira respondeu:
- Foi a corneta do anjo.                 
- Reza a lenda que quando uma criança abençoada nasce, um anjo toca no telhado da casa. Eu tenho certeza que esta menina recém-nascida será uma “curandeira” igual a sua mãe.
O moço não acreditou muito na estória, pegou seu cavalo e voltou para o seu caminho.
Porém o anjo deixou a corneta cair. Desta maneira, Reynaldo achou o instrumento no meio da estrada, ficou feliz e passou a utilizar esta corneta no seu trabalho como antes.
Mas, com o tempo, ele notou que o instrumento mudava o seu tom de acordo com a personalidade da pessoa que ele iria entregar a encomenda. Por exemplo: se a pessoa era calma, o tom ficava mais suave e se a pessoa era rígida o tom ficava mais grave.
Uma certa noite, outros assaltantes tentaram roubar o instrumento de Reynaldo. Porém eles queimaram as mãos quando tocaram na corneta. Assim desistiram do roubo.
Reza a lenda que esta corneta, hoje se encontra no Museu Nacional de Colonização em Joinville, localizado no Palácio dos Príncipes. Alguns funcionários disseram que, nas noites de Lua Cheia, esta corneta toca sozinha.
Luciana do Rocio Mallon