Quando eu
era criança pensava que quimera era comida de passarinho.
Então
juntava num pote: milho batido com alpiste. Depois jogava, a mistura, ao alto e
cantava no quintal:
“- Para os
passarinhos, uma quimera
Para mim, um
amor, quem me dera
O sentimento
de uma nova era
Em plena
primavera...”
Assim as
aves se aproximavam de mim, enquanto as vizinhas falavam:
- Que
bonitinha!
- Ela
declama poema aos passarinhos!
Mas, um dia
abri o dicionário e descobri que quimera é uma criatura mitológica com cabeça
de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. A mistura daqueles alimentos talvez
fosse um monstro para as aves.
O tempo passou
e só na idade adulta descobri que o nome correto da comida dos pássaros é
quirera.
Luciana do
Rocio Mallon
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