sábado, 21 de dezembro de 2019

A Noite Em Que Eu e Ele Nadamos no Chafariz da Praça Osório

A Noite Em Que Eu e Ele Nadamos no Chafariz da Praça Osório
Como já citei em 2002 conheci um artista, num grupo de poetas, que nunca mais esqueci. Mas que hoje não fala comigo. Por isto, para manter sua privacidade chamarei o moço de A.
Naquele ano, dezembro foi muito marcante para mim. Numa noite daquele mesmo mês, eu saí do meu serviço da loja e o A. estava na entrada me esperando mascando um chiclete. Já era noite, passamos na Praça Osório, onde tinha uma feira. Então de repente, ele disse:
- Estou com calor e uma vontade de nadar nas águas do chafariz desta praça!
- Sentirei saudades daqui, pois passarei o Natal na minha terra.
Eu disse:
- Nem pense!
- Pois tem muita gente ao redor!
De repente, o moço se jogou nas águas e me puxou junto.
As crianças de rua, que estavam na praça, aproveitaram o embalo e pularam no chafariz também. Assim o A. começou a cantar músicas de Natal:
- Jingle Bell!
- Já chegou Natal!
- Pulei na água porque não faz mal!
As crianças começaram a cantar junto.
De repente, o rapaz mergulhou na água. Mas demorou a voltar. Então ergui meu amado e notei que ele estava se engasgando com o chiclete. Deste jeito, gritei:
- Socorro!
- O menino está se engasgando!
Como um raio, um Papai Noel, que estava na feira, pulou na água, bateu nas costas do rapaz e salvou o pobre.
Guardas chegaram pacificamente e assim resolvemos sair do chafariz na maior paz.
Nunca mais esquecerei aquela noite doce e ao mesmo tempo engraçada de dezembro. Pois quando estamos perto de quem amamos, até os momentos perigosos parecem aventuras inofensivas porque o amor é a transmutação que transforma o medo em vontade de ousar.
Luciana do Rocio Mallon



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