Lenda da
Cigana do Unicórnio do Amor
Na Idade
Antiga, existia uma cigana, chamada Virgínia, que desde criança era órfã de pai
e mãe, que morreram de doença. Por isto ela foi criada pela sua avó, Sônia,
dentro do seu clã nômade. Um dia Sônia ficou muito doente. Então Virgínia foi
para a floresta e fez a seguinte prece:
- Santa
Sara, por favor, faça com que minha vó continue ainda viva por mais dez anos.
Em troca, prometo que não deixarei homens encostarem em meu corpo e nunca me
casarei. Assim ficarei invicta para sempre.
Quando a
jovem chegou ao seu acampamento viu que sua vó melhorou e já estava de pé.
Virgínia,
que era ótima costureira, passou a confeccionar anáguas para vender e ela mesma
passou a usar sete anáguas embaixo de sua saia rodada. Além disto, ela começou
a utilizar um cinto de castidade. Pois como gostava de passear muito por matas
fechadas, tinha medo de ser abusada por homens que se escondiam nas florestas,
como vickings e saqueadores, por exemplos.
A partir da
cura da sua vó, Virgínia que gostava de brincar com animais nas florestas,
também passou a receber visitas de outras criaturas, os unicórnios, porque eles
só se aproximam de moças que sonham em se manter virgens para sempre.
Numa tarde
de primavera, um agricultor chamado Alexandre avistou esta cigana brincando com
os unicórnios e se apaixonou por ela. Mas quando tentou se aproximar da
donzela, os unicórnios expulsaram este rapaz do lugar.
Depois o
moço tentou conversar com Virgínia quando ela estava, na estrada, caminhando para
vender anáguas na aldeia. Porém ela simplesmente ignorou o moço.
Assim o
rapaz começou a se lamentar na mata:
- Eu queria
tanto que a cigana dos unicórnios se apaixonasse por mim!
Como um
sopro, uma fada apareceu vestindo um tutu de bailarina colorido, um arco com
flores nos cabelos e chifre de unicórnio na mesma tiara:
- Eu posso
realizar seu sonho!
- Mas,
precisarei transformar a sua pessoa em um unicórnio.
O moço
exclamou:
- Aceito!
A fada
explicou:
- Porém tem
um detalhe: você nunca deverá aparecer para a cigana nas tempestades.
O rapaz
acenou com a cabeça e a fada transformou este ser num unicórnio.
Naquela
mesma tarde, Alexandre no formato de unicórnio, avistou sua amada colhendo
flores. Assim ele ficou atrás da moça que , de repente, caiu no chifre dele. O
chifre penetrou as anáguas e o cinto de castidade da jovem de uma maneira
sobrenatural. Porém ao invés da moça sentir dor, ela deu um sorriso contente e
depois beijou o unicórnio.
Por isto
esta criatura mítica passou a se encontrar com Virgínia todas as tardes. Num
dia destes, como um raio, começou a chover. Então o unicórnio transformou-se em
homem, novamente, na frente da amada. Porém ela não se assustou e reza a lenda
que os dois continuam juntos até hoje, no astral, rodeados de unicórnios e
flores.
Luciana do
Rocio Mallon
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