sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Contadinhos

Contadinhos
Na minha infância, contadinhos era o nome dado para as moedas que iam para os cofres de plástico em formatos de porcos coloridos. Mas no final do ano, quando a gente ia ao banco, estas moedas já tinham perdido o valor por causa da inflação.
Mais tarde eu continuei com os contadinhos nos cofres de suínos. Porém quando a situação financeira apertava, eu usava estas moedas na passagem do ônibus, ou, para comprar balas.
Portanto, na minha adolescência, contadinhos eram apenas moedas e não tinham nada a ver com o sentimento por outro ser humano.  
Hoje em dia, para esta juventude, contadinhos são os aspirantes à ficantes. Infelizmente, esta nova geração trata o semelhante como moeda de troca onde os cofres não são seus corações e, sim, troféus de vaidade.
Quem reconhece seu próprio valor não aceita ser contadinho porque possui uma alma de ouro.
Somente quem é miserável de espírito suplica esmolas de atenção tratando os outros, ao seu redor, como simples moeda de prazer.
Luciana do Rocio Mallon







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