terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Coloquei um Pote da Água Para Animais de Rua e a Poesia Apareceu

Coloquei um Pote da Água Para Animais de Rua e a Poesia Apareceu
Neste verão, para não existir sede e nem mágoa
Coloquei um humilde e simples pote cheio de água
Para os pobres e abandonados animais de rua
Troquei a água ao quente Sol e sob a luz da Lua

Coloquei o pote, na calçada, debaixo do poste
Para não atrapalhar o pedestre em sua passagem
Depois fiz um doce pedido à estrela da sorte
E o poste transformou-se em parte da paisagem

Então apareceu um abandonado cachorro “guapeca”
Com a língua de fora, cansado e todo sedento
Ele bebeu o líquido e por isto ficou sapeca
Latindo, alegremente, e refrescando-se ao vento!

Depois surgiu um gato todo escuro
Que bebeu um pouco da água do pote
Assim ele pulou do outro lado do muro
Escondendo-se no misterioso lote!

De repente chegou um pássaro colorido
Que confundiu o pote com uma lagoa
Assim de um jeito ousado e atrevido
Tomou banho lavando até a alma boa

Depois apareceu uma moça
Com um vestido velho de chita
Porém com rosto de louça
E silhueta esbelta e bonita

Seus cabelos tinham uma guirlanda de flores
Em seu corpo, havia nomes tatuados de amores
Ela pegou o pote de uma forma louca
Levando logo até sua carnuda boca

Depois exclamou com toda a maestria:
- O meu primeiro nome é Poesia!
Do mundo inteiro, desejo ser amiga
Mas muitos me tratam como mendiga

Um poeta é um pote de água no deserto
Sou sua fonte quando não há nada por perto
Porém quando eu ando pelas ruas da cidade
Um pote da água é motivo de felicidade

Tenho sede de amor e bebo a harmonia
Afinal, meu primeiro nome é Poesia
Este pote na rua não é apenas para animais
Pois, também, serve para seres de outros astrais.
Luciana do Rocio Mallon








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