segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A Potranca da Poesia

A Potranca da Poesia
Quando uma Poesia selvagem
Aparece na mente do escritor
A floresta transforma-se em miragem
Em pleno sonho de esplendor

A Poesia vira uma potranca teimosa
Disparando contra um jardim
Em uma corrida maravilhosa
Ela cavalga, rapidamente, sem fim

Mas quando o poeta tenta prender no laço
Esta potranca torna-se mais ainda feroz
O coração do escritor fica em estilhaço
Quando a consciência escuta sua voz

Porém quando o autor mostra uma lagoa
De uma forma calma, suave, leve e boa
Para esta égua rebelde e deslumbrante
Todo o verso livre vira um diamante

Pois a potranca escreve mensagens
Nas águas refrescantes e transparentes
Proporcionando inesquecíveis viagens
Para leitores ávidos, curiosos e carentes

Sua crina transforma-se em macios cadernos
Onde o poeta participa do rodeio de escrever
Domando momentos excitantes e eternos
Cavalgando na sela da inspiração até amanhecer

Com o chicote da disciplina
Ele não escraviza, só liberta
Da sua espora sai purpurina
Quando a Poesia é descoberta

Porém esta égua não gosta de ser maltratada
Ela cavalga nos campos árduos da linguagem
Relinchando no meio da inspiradora madrugada
Pois palavras com sentimentos formam sua pastagem

Todo o poeta é um peão corajoso
Atrás de uma potranca arredia
Num campo traiçoeiro e perigoso
Onde ele se arrisca pela Poesia.
Luciana do Rocio Mallon








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