Lenda da
Dama Com Vestido Preto e Sapatos Vermelhos das Festas
Reza a lenda
que quando uma moça pobre deseja ficar bem vestida, numa festa, é só pegar
emprestados: um vestido preto com sapatos vermelhos. Porém este mito surgiu na
corte do Rei Luís XV.
Num dia de
primavera, este rei resolveu dar um baile e disse para sua empregada preferida,
Rose Marie:
- Rose, hoje,
darei uma festa e quero que sua filha, Jaqueline, venha como convidada. Portanto,
sem o uniforme de serviçal.
A
funcionária ficou preocupada porque sua filha não tinha vestido para bailes.
Então ela disse à garota:
- O rei deseja
que você participe da festa. Porém como convidada. Eu soube que Filipe montou
uma loja com as roupas usadas da mãe dele, a viúva Bordeaux.
A jovem
exclamou:
- Mãe, mas
ela só tem roupas pretas!
- Quem usa
roupas escuras são somente as viúvas!
Rose Marie
disse:
- Estamos na
hora de acabar com esta tradição. Afinal roupas negras ficam bonitas em qualquer
mulher. Além disto, madame Bordeaux tinha o corpo muito parecido com o seu.
Então, estas
mulheres foram ao local onde Filipe vendia as peças usadas de sua mãe. A única
roupa que puderam comprar, com o dinheiro que tinham, foi um vestido negro com detalhes
em lantejoulas e tule junto com um par de sapatos vermelhos, que foi o único
que coube nos pés de Jaqueline.
Na hora do
baile, quando a jovem chegou vestida de preto, com os calçados carmins, todos
olharam para ela com admiração. Porém, uma invejosa gritou:
- Toda a menina
pobre deveria ter o direito de colocar um vestido preto de viúva e um par de
sapatos vermelhos de meretriz!
Mas
Jaqueline não ligou, levantou o nariz e vários homens ricos tiraram esta
donzela para dançar.
No final da
noite, ela olhou para uma estrela cadente e disse:
- Eu peço
para que toda a menina pobre possa colocar um vestido preto e um par de
calçados carmins em noite de festa!
A partir
daquele dia, Jaqueline desejou ser costureira.
Assim, toda
a vez que esta jovem tinha folga no serviço do palácio, ela observava como a
costureira do castelo, chamada Madame Bertin, confeccionava as roupas. Deste
jeito, ela aprendeu pouco a pouco a costurar. Então quando se aposentou, passou
a confeccionar vestidos escuros de festas, com tecidos baratos, para moças
carentes.
Reza a lenda
que quando Jaqueline, faleceu de tuberculose, seu fantasma aparecia à noite e
ficava costurando roupas escuras para jovens pobres. Desta maneira ela distribuía
as peças fantasiada de Mamãe Noel no Natal.
Esta lenda
lembrou-me de outro causo que ocorreu em Curitiba nos anos 70. Num dia de
inverno, uma jovem viúva faleceu e foi enterrada com um vestido preto junto com
sapatos de vermelhos. Sofia e seus filhos , donos de um brechó, que costumavam
roubar roupas de defuntos para vender na loja, observaram tudo. Deste jeito à
noite, tiraram as peças do corpo da falecida viúva para revender.
No dia
seguinte, uma jovem pobre chamada Michele precisava de uma roupa de festa
porque foi convidada para um evento de última hora. Então, ela desabafou com
sua avó, que disse:
- Reze para
Jaqueline, a costureira fantasma da época do Luís Quinze, que ela ajudará você
a comprar uma roupa de festa bem barata.
Michele
obedeceu a sua avó e foi ao Centro adquirir a peça. Quando, de repente, passou
em frente a um brechó e avistou um vestido preto com sapatos vermelhos a preço
de banana.
Deste jeito
ela foi à festa. Naquela noite ela sonhou com uma dama que disse:
- Esta roupa,
que você usou no baile, roubaram de mim quando eu estava dentro do caixão.
Porém como a Jaqueline conversou comigo, aqui no céu, você pode se sentir livre
para usa-la.
Luciana do
Rocio Mallon
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