Eu Não Roubo
Poesia, Mas a Poesia Me Roubou
Eu não roubo
crônica e nem poesia
Porque sou
repentista e crio na hora
Versos de
alegria, ou, de agonia
Não deixando
a recordação ir embora
Eu não roubo
Poesia, mas a Poesia me roubou
Apontando o
revólver feito com versos
Quando a
noite se despiu e se calou
Nos eclipses
misteriosos e perversos
A Poesia
transformou a Lua numa faca brilhante
Ameaçou-me e
levou minha mente afora
No lugar do
coração botou a estrela cintilante
Que brilha
no meu peito, nesta hora, bem agora
Em volta dos
meus punhos, ela colocou algemas
Transformando
os engavetados rascunhos em poemas
A Poesia
levou meus cartões, chaves e documentos
Transformando
minha identidade em sentimentos
Gente, a
Poesia é uma marginal, uma bandida
Ela está escondida
no canteiro da margarida
A Poesia que
brilha é uma sequestradora perigosa
Sou refém da
sua quadrilha no cativeiro da rosa.
Luciana do
Rocio Mallon
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