sábado, 28 de outubro de 2017

Eu Não Roubo Poesia, Mas a Poesia Me Roubou

Eu Não Roubo Poesia, Mas a Poesia Me Roubou
Eu não roubo crônica e nem poesia
Porque sou repentista e crio na hora
Versos de alegria, ou, de agonia
Não deixando a recordação ir embora
                                    
Eu não roubo Poesia, mas a Poesia me roubou
Apontando o revólver feito com versos
Quando a noite se despiu e se calou
Nos eclipses misteriosos e perversos

A Poesia transformou a Lua numa faca brilhante
Ameaçou-me e levou minha mente afora
No lugar do coração botou a estrela cintilante
Que brilha no meu peito, nesta hora, bem agora

Em volta dos meus punhos, ela colocou algemas
Transformando os engavetados rascunhos em poemas
A Poesia levou meus cartões, chaves e documentos
Transformando minha identidade em sentimentos

Gente, a Poesia é uma marginal, uma bandida
Ela está escondida no canteiro da margarida
A Poesia que brilha é uma sequestradora perigosa
Sou refém da sua quadrilha no cativeiro da rosa.
Luciana do Rocio Mallon




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