Lenda do Fantasma do Porteiro dos Condomínios

 

Lenda do Fantasma Porteiro dos Condomínios

Meu nome é Luciana do Rocio Mallon, sou escritora de lendas e pediram para que eu contasse causos sobre condomínios. Assim lembrei desse:

Reza a lenda que, no final do século dezenove, na cidade de São Paulo, surgiram os primeiros cortiços e muitos deles contratavam porteiros idosos para trabalhar, numa espécie de recepção, em troca de comida e desconto no alojamento. As funções desse trabalhador eram: evitar a invasão de penetras no local e garantir a segurança.

Num desses cortiços, trabalhava o porteiro Zé, de 90 anos de idade, com barba branca e olhos claros.

Ele vivia dizendo:

- Gosto tanto de trabalhar como porteiro, que quando morrer, meu espírito procurará condomínios para continuar trabalhando e protegendo as pessoas.

Numa noite fria, um bandido entrou na portaria e deu voz de assalto.

Mas o porteiro se assustou e desmaiou.

Alguns moradores escutaram o barulho e foram até a portaria. Dessa maneira o bandido fugiu.

A população achou que Zé tinha morrido e enterrou o pobre no cemitério.

Porém o porteiro acordou quando estava no caixão debaixo da terra. Porém ninguém escutou seus gritos e ele pensou:

- Posso morrer de verdade, agora. Mas minha alma defenderá os outros porteiros para que não tenham o mesmo fim que eu.

Em 1980, Beto era um porteiro de condomínio. De repente, dois bandidos apontaram a arma para ele e exclamaram:

- Agora, faremos a limpa no prédio!

Como um raio, apareceu um velho barbudo, flutuando pelo ar, com uma espingarda antiga na mão que gritou:

- Só por cima do meu cadáver!

Os ladrões se assustaram e saíram correndo.

Beto perguntou ao idoso:

- Quem é o senhor?

Ele respondeu:

- Sou Zé, o porteiro que foi enterrado vivo.

Em Janeiro de 1990, Tina estava sozinha com sua filha no apartamento. Quando, de repente, a menina começou a passar mal. A mulher bateu nas portas dos vizinhos, mas todos viajaram.

Tina ligou para o táxi e ninguém atendeu,

Então desceu até a portaria do condomínio e leu o cartaz:

- O Porteiro Está de Recesso de Ano Novo.

De repente, surgiu um ancião de barba e com roupas de porteiro do século dezenove dizendo:

- Minha carroça está lá fora e posso levar a criança ao hospital.

A moça indagou:

- Quem é você?

Ele respondeu:

- Sou Zé, o porteiro que enterraram vivo.

Assim, o idoso salvou a garota.

Reza a lenda que o fantasma do porteiro, que foi enterrado vivo, sempre aparece para as pessoas que entram em apuros dentro dos condomínios.

Luciana do Rocio Mallon

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