quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Resenha do Livro: Elétrico

Resenha do Livro: Elétrico
Meu nome é Luciana do Rocio Mallon, sou formada em Letras, escrevi os livros Lendas Curitibanas 1 e Lendas Curitibanas 2.
Como várias pessoas sabem, faço resenhas dos livros que costumo receber.
Hoje acabei de ler o livro chamado, Elétrico, do autor Eduardo Ferrari que tem como tema principal o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade acompanhado de Dislexia.
Neste momento, preciso confessar que, algumas partes do texto recordaram a minha infância. Não tenho TDAH. Mas, conforme alguns especialistas renomados, possuo Síndrome de Asperger, um tipo de Autismo leve, detalhe que descobri apenas depois de adulta. Então minha meninice também não foi calma. Tanto que na época alguns especialistas chegaram a achar que eu tinha TDAH.
O livro já começa surpreendendo pela capa e pelo título. Na capa há um garoto vestido de super-herói, fato que tira o rótulo de travessa da criança com TDAH. Pois em outras obras o pequeno com este tipo de transtorno é visto como sapeca. Tanto que em outros livros são comuns capas com garotos com panelas na cabeça ou raios saindo das próprias mentes. Aqui, a abordagem é diferente porque o menino com TDAH é mostrado como um herói. Pois na realidade, crianças assim, são heroínas do dia-a-dia.
Outro detalhe interessante é que esta obra pode ser lida tanto por crianças quanto por adultos.
Bernardo, o personagem principal, gosta de pular e não para quieto.
Na página 11 há uma descrição curta, porém profunda de como uma criança com TDAH se sente numa festa de aniversário. Já na página 12 há uma reflexão sobre o preconceito que uma criança assim se torna vítima por causa da ignorância das pessoas.
No capítulo 3, na página 14, aparece um hábito interessante porque já conheci algumas pessoas portadoras tanto de Transtorno Obsessivo Compulsivo e TDAH que tinham: contar as listras das faixas de pedestres enquanto atravessam as ruas.
O capítulo 5 mostra que quando os colegas de Bernardo falavam ao mesmo tempo, ele se sentia confuso. Isto acontecia comigo no maternal, pois eu chegava a sentir tonturas quando vários alunos falavam ao mesmo tempo.
No capítulo 6, aparece a dificuldade que Bernardo tinha em juntar as palavras.
Já no capítulo 9, os pais do menino verificam que há algo de errado em seu jeito de aprender ao verem a correção de um ditado. Sem falar, neste mesmo capítulo, a professora aconselhou os pais a buscarem especialistas.
Então nos outros capítulos, Bernardo passa a se tratar com várias especialistas: psicóloga, neurologista, fono, professora particular, etc.
Através do tratamento, ele passa a ter mais facilidade para aprender e conviver com a sociedade.
Há uma parte do livro em que Bernardo fez um exame onde colocou fios na cabeça. Este trecho me fez lembrar um exame que precisei fazer, quando era criança, chamado: eletroencefalograma.
Depois a neurologista receitou um remédio para o garoto. Aqui, no livro, não diz o nome. Mas tudo me leva a crer que seja a famosa Ritalina. Na minha época de infância travessa, uma neurologista chegou a comentar que talvez fosse necessário que eu tomasse este remédio. Mas não cheguei a fazer uso na época.
No final do livro Bernardo melhorou com as terapias e a medicação. A obra também mostrou que o garoto não é melhor e nem pior, apenas diferente. Esta mensagem é excelente porque estamos na época da conscientização da aceitação do diferente.
O único detalhe que achei meio estranho é que a família de Bernardo dá achocolatado para o menino antes de dormir. Como professora, aprendi que não se deve oferecer cacau para uma criança hiperativa antes dela ir para a cama, pois o achocolatado é um estimulante. Neste caso um chá de erva-cidreira ou camomila seria o ideal. Mas isto acontece nas melhores famílias.
No Capítulo 14, o livro fez referência a um filme que gosto muito, Náufrago, com o Tom Hanks. Assim, como eu, o Bernardo também ficou preocupado com o destino da bola Wilson.
Outro detalhe interessante é que na orelha final da obra há conselhos de como se proteger de raios no Brasil aproveitando o próprio título do livro: Elétrico.
Através deste artigo cheguei à conclusão de que o livro, Elétrico, do Eduardo Ferrari é excelente e precisa estar nas livrarias das melhores escolas do Brasil.
Luciana do Rocio Mallon








Um comentário:

  1. Prezada Luciana
    Ótima resenha, um bom flash para estimular a leitura do livro!
    Muito bom!
    João Luiz
    Bjo

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