Cavalo Amarrado
Além de Pastar, Tem os Unicórnios Como Amantes Em Seus Sonhos Noturnos
Existem
pessoas tão ciumentas que vê o outro como um potro selvagem a ser domesticado.
Então oferecem hospedagem e conforto financeiro em troca da liberdade da outra
criatura. Muitas vezes estes possessivos controlam as redes sociais, telefonemas
e saídas dos seus companheiros. Por isto só deixam os amados saírem, junto com
suas companhias, para lugares discretos como: igrejas e festas de parentes próximos.
Assim estes seres formam uma espécie de carrossel com seus potros,
supostamente, domesticados.
Os possessivos
amarram os cavalinhos com as cordas da opressão permitindo que eles se
alimentem da grama, da sua área, à vontade. Mas se esquecem que, para qualquer
criatura, a grama do vizinho é sempre melhor. Por isto, nestes casos, não adianta
colocar vendas nos cavalos. Pois há outros sentidos como o cheiro, além da
força da curiosidade que despertam o desejo para o exterior.
Porém as
mais misteriosas traições acontecem nos sonhos noturnos. Pois quando um amor, do
passado, pensa no outro, com muita intensidade, eles se encontram nos sonos
mais pesados. Assim o cavalo ganha asas, transformando-se num Pégaso alado para
se encontrar com o unicórnio colorido que marcou, com doçura, sua juventude num
namoro inesquecível. Nestas horas ele se liberta das cordas do ciumento, fato
que faz perder o interesse cada vez mais no “dono” possessivo.
Afinal o
unicórnio dos sonhos leva o Pégaso para se alimentar, no jardim das esperanças
da outra dimensão, devorando flores perfumadas que permitem conhecer o amor
livre das abelhas que é o poliamor em forma de pólen-amor.
Por isto,
não adianta ter ciúmes compulsivo e manter a criatura amada amarrada, nas
cordas da repressão, como se fosse um potro a ser domesticado. Pois toda a
vítima de cárcere privado encontra seu verdadeiro amor nos sonhos noturnos.
Se todo o
cimento soubesse como é bom soltar um potro num dia de chuva, com certeza, ele
lavaria a égua.
Luciana do
Rocio Mallon
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