segunda-feira, 24 de junho de 2019

Tribos Urbanas e Historia da Moda



Tribos Urbanas e Moda
Meu nome é Luciana do Rocio Mallon, sou repentista, bailarina folclórica, pesquisadora de causos, escrevi os livros Lendas Curitibanas 1 e Lendas Curitibanas 2. Além disto, tenho estudos em História da Moda e trouxe a Vesteterapia, estudo místico das roupas, para o Brasil.
Este mês, me convidaram para uma blogagem coletiva sobre Tribos Urbanas. Assim amei o tema, principalmente, porque gosto de História da Moda e trabalhei em lojas de roupas durante muito tempo. Por isto conheço a importância das vestimentas para estas tribos.
No meu guarda-roupa tenho peças de todos os estilos, como: medieval, renascentista, rock, hippie, melindrosa, “lady like”, emo, punk, roqueiro e cosplay.
Inclusive, dias atrás, fui chamada de hipster. Assim, ao pesquisar este termo, descobri que hipster é uma pessoa que se veste com peças de diversas tribos urbanas ao mesmo tempo.
Desde a Idade da Pedra as roupas falam muito sobre a personalidade das pessoas.
Historiadores e Arqueólogos comprovaram que os líderes, das tribos mais ricas, se vestiam com peles de animais de difícil caça.
No Antigo Egito, só os faraós tinham as peças bordadas com ouro.
Os vikings usavam pinturas que indicavam as tribos as quais eles pertenciam. Há uma lenda que diz que eles não usavam chapéus de chifres e que esta indumentária foi criada por um escritor de fantasia. Porém arqueólogos encontraram corpos mumificados com chapéus de chifres, nas cabeças, nas áreas em que os vikings atuavam.
Os celtas antigos amavam tecido xadrez e cada tipo de xadrez mostrava a qual classe social a pessoa pertencia.
Na Idade Média, flores nos cabelos eram usadas por moças solteiras e lenços pelas mulheres casadas.
No Renascentismo, o tipo de espartilho que as mulheres usavam indicava suas classes sociais.
De 1871 a 1914 surgiu a Belle Epoque e os primeiros termos sobre tribos urbanas: dândis e ladies like.
O termo Belle Epoque surgiu depois da primeira guerra mundial como estimulante para a Europa se reerguer.
Os primeiros dândis eram os playboys e “mauricinhos” daquela época que dirigiam os primeiros carros feitos no mundo. Estes rapazes também usavam acessórios como: óculos escuros, chapéus e bengalas mesmo que não tivessem necessidades especiais.
As primeiras “ladies like” eram as dondocas e patricinhas da época. Elas usavam espartilhos apertados que deixavam a coluna em forma de “S”, aqui vejo mera semelhança com as influenciadoras digitais, de 2019, que tiram fotos em frente ao espelho fazendo coluna de “S”. Na Belle Epoque era normal que as “ladies like” pedissem para que artistas plásticos pintassem seus retratos onde a coluna em forma de “S” ficasse em evidência. Já as saias tinham formato de sinos. Elas usavam chapéus, luvas longas e sombrinhas, contra os raios solares, porque pele bronzeada era considerada uma característica do proletariado.
Nesta época também surgiram as tribos urbanas das executivas, que eram mulheres que tomavam conta dos comércios das famílias. Por isto, naquele tempo surgiu o tailleur, que é o famoso casaquinho das executivas. Reza a lenda que uma viúva rica resolveu tomar conta dos negócios do falecido marido e para ser respeitada pelos homens, desenhou um tailleur, e pediu para que o costureiro francês, John Redfern, costurasse uma peça igual. Até a princesa Alexandra de Galles aderiu ao tailleur. Assim as empresárias passaram a usar esta peça.
Já na década de 1920, surgiram novas tribos urbanas influenciadas pela estilista Chanel. Reza a lenda que foi ela quem arrancou o espartilho do guarda-roupa feminino. Pois esta peça não combinava mais com a mulher que precisava trabalhar fora depois da revolução industrial. Chanel também ajudou a criar a saia midi, mais curta, que ficava acima do calcanhar.
Também foi na década de 20 que surgiu a tribo das melindrosas. Elas eram moças rebeldes que usavam muita maquiagem com corte de cabelo Chanel, bebiam, fumavam , faziam sexo antes do casamento, dançavam jazz e Charleston.
O tempo passou e depois da segunda guerra mundial surgiram várias tribos urbanas com destaque especial aos roqueiros.
O Rock é um gênero musical que foi influenciado pelo jazz, folk, Charleston, gospel e soul. O Rock explodiu no final dos anos 40 nas principais rádios americanas.
Assim surgiram as tribos das meninas-brotos e garotos-brotos. A gíria broto equivale ao significado da palavra que hoje em dia chamamos de “novinho”. Pois broto no dicionário significa planta nova.
As moças usavam vestidos rodados geralmente com estampas em poá inspiradas nas roupas das dançarinas de flamenco. Afinal o Rock pegou grande influência da cultura cigana.
Os rapazes usavam jaquetas de couro, inspiradas em uniforme militar. No final dos anos 40, galãs de Hollywood surgiram no cinema com esta peça que virou moda no mundo inteiro.
No Brasil, no final dos anos 50, surgiu a Jovem Guarda. Mas só nos anos 60, o movimento cresceu no país. Em 1965, apareceu um programa de TV chamado Jovem Guarda comando por Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
No final dos anos 60, surgiu o movimento hippie. Reza a lenda que a origem do nome, desta tribo urbana, é derivado da palavra hip, que significa quadril com referência às blusas que os integrantes, desta tribo urbana, usavam amarradas nas cinturas.
Os hippies tinham uma filosofia orientada por mestres espirituais que aconselhavam a paz, o amor, o sexo livre e o fim da propriedade privada.
As mulheres usavam saia comprida e colorida porque esta peça tem o poder de conectar a mulher à Mãe-Terra.
Em meados dos anos 70, surgiu o movimento punk. Nos Estados Unidos os frequentadores de um clube de música jovem, CBCG, formaram bandas contra o prog rok e o hippie cultivando a filosofia da individualidade e independência.
Os punks usavam jaquetas com “spikes”, pequenos espetos de aços e cabelos coloridos com folhas de papel crepom.
As jaquetas com “spikes” significavam proteção contra o sistema opressor e os cabelos coloridos significavam cabeças livres. Já as peças jeans rasgadas significavam rebeldia e ruptura com o sistema.
O punk rock tinha músicas simplificadas e que falavam de justiça social. A ironia e o sacarmo também estavam presentes em suas canções.
A tribo urbana gótica ou dark teve início, no Reino Unido, no começo dos anos 80.
Muitos góticos vestem apenas a cor preta em luto aos problemas do mundo. Eles também gostam de ler poemas dos escritores, do século dezenove, em passeios noturnos pelos cemitérios.
No começo dos anos 90, apareceu com tudo a tribo urbana emo com raízes num estilo musical chamado emocore que mistura letras românticas com batidas fortes.
Na moda, os emos usam cabelos com franjas, olhos maquiados e tênis coloridos. Eles são considerados emotivos e sensíveis.
No final dos anos 90, surgiram os cosplayers. Estas pessoas curtem usar fantasias de personagens e existem vários eventos para isto. Alguns chegam a usar figurinos de personagens no dia-a-dia.
Então, como já comentei, tenho peças de roupas de todas as tribos urbanas que foram citadas acima. Esta variedade de peças me traz paz, harmonia e inspiração para meus estudos de Vesteterapia, que é a reflexão mística através das roupas.
Inclusive, este texto me lembrou até a música do Raul Seixas, chamada Fim de Mês, onde ele diz: “Já fui pantera, já fui hippie, beatnik, hoje sou a mistura de todos.”
Luciana do Rocio Mallon










Gostou? Não se esqueça de conferir também os textos dos outros participantes:
Essa blogagem coletiva foi organizada por meio da Blog

5 comentários:

  1. Olaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
    Como o Mundo mudou em tantos anos e continua tão preconceituoso... :(
    Beijokitaz





    www.devaneiosdemissl.com

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  2. Adorei o seu texto, bem completo e cheio de curiosidades que eu não conhecia! Também adorei o foco dado para a questão da moda porque as pessoas gostam de expressar por meio do seu estilo de se vestir as suas diferenças.

    Amei muito! Parabéns ❤

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  3. O mundo pode ter modado muito essencialmente a maneira de pensar das pessoas mas o pior foi se ter mantido o preconceito

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  4. Olá!
    Um guarda roupa diversificado é mto bom, não cai na rotina, rs

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  5. Taí uma abordagem diferente... a vestimenta de cada tribo. Bem legal, parabéns. Se puder, dá uma lida no meu texto também. Abraços, Claudia Sardinha - blog Minha Vida Geek.

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