domingo, 12 de março de 2017

Véus Com Poemas Que Animaram Uma Vida Quase Sem Esperanças(Corrigido)

Véus Com Poemas Que Animaram Uma Vida Quase Sem Esperanças
As pessoas, que acompanham o meu trabalho nas redes sociais, sabem que sempre posto sobre o benefício da Poesia na vida dos seres humanos. Já escrevi sobre como meus poemas ajudaram a vender sapatos e bombons. A história abaixo é sobre como mensagens pintadas, em lenços grandes, ajudaram uma desconhecida, que tinha Câncer e HIV, a se sentir melhor.
Em 1988, eu morava no bairro Cabral localizado na cidade de Curitiba, e costumava passear, com o cachorro de estimação da minha avó, por este bairro. Um dia, meu tênis se desamarrou bem debaixo da janela de uma casa. Então escutei uma conversa íntima, entre duas mulheres, sem querer:
- A menina descobriu que tinha Câncer e HIV, ao mesmo tempo, e tentou se enforcar com o lenço enorme de Dança do Ventre. Por isto joguei o objeto, no saco de lixo, que está lá fora.
Então pensei:
- E se eu pegasse este véu, escrevesse um poema de otimismo e deixasse na caixa de correio, desta residência?
Deste jeito revirei a lixeira, levei o lenço para minha casa e depois lavei. Quando este véu secou, peguei tinta para pintar tecido e moldes de letras. Assim escrevi o seguinte texto neste lenço:
“A luz é mais forte do que qualquer enfermidade
Pois, você é uma estrela linda e cintilante
Que irradia fé, emoção e felicidade
Tornando o ambiente mais brilhante.”
Após isto deixei a tinta secar e coloquei o objeto dentro de um envelope. Na parte do destinatário escrevi:
- Para a Menina da Casa Que Precisa de uma Palavra Amiga.
Depois desta ação, deixei a encomenda na caixa do correio daquela casa misteriosa.
No dia seguinte, fiquei maravilhada ao passar em frente daquela residência e ver que na janela de um dos quartos o véu, com o texto, estava sendo usado como uma espécie de cortina. Deste jeito refleti:
- Se isto aconteceu é porque a pessoa gostou do presente.
Logo lembrei que, dias atrás, ganhei uma caixa com lenços lisos e grandes da minha vó. Assim decidi escrever mais uma mensagem num daqueles véus:
“Cada acontecimento da natureza
É uma lição em forma de mensagem
Você sempre será a bela princesa
Enfeitando qualquer tipo de paisagem.”
Deste jeito, novamente, coloquei o objeto na caixa de correio daquela mesma casa. Então, no dia seguinte, notei que o novo véu tinha virado cortina também. Quinze dias depois, peguei um lenço e escrevi outro recado:
“ Não desanime, pois depois da tempestade
Vem o arco-íris e desabrocham as flores
A fé quando abraça a real sinceridade
Transforma as cruéis dores em amores.”
Desta maneira, outra vez, enfiei o objeto na caixa de correio da casa.
Uma semana depois, avistei um grande movimento naquela residência. Como um raio, decidi entrar. Assim notei que uma jovem estava sendo velada e, em vez, de flores no caixão, existiam os lenços com os poemas em cima do corpo. De repente, uma idosa comentou:
- A menina durou uns dias a mais, graças aqueles véus que ela recebeu com poemas!
- Como eu gostaria de abraçar a criatura que enviou estes presentes!
Após ouvir estas palavras, disfarcei e sai devagar.
Luciana do Rocio Mallon




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