O Cupido
Transformou a Poesia em Carne
O meu
coração era feito do papel de um livro de Poesia
Onde as
palavras exalavam um perfume de jasmim
Porém chegou
o cupido com sua flecha cheia de agonia
Que
transformou meu coração numa carne carmim
O cupido
misturou meu coração com ácido
De um jeito
sensual, malicioso e nada plácido
Depois na
vitrine gananciosa do tormento
O cupido
expôs este coração e todo meu sentimento
Como se
fosse um produto sem qualidade
Que aceita
qualquer tipo de preço
Esta atitude
só trouxe infelicidade
Pois uma
pessoa sem nenhum apreço
Comprou meu
coração falsificado sem volante
E devorou o
pobre com o garfo da sensualidade
Com a ajuda
da faca afiada, brilhante e cortante
Para depois
arrotar a esnobe vaidade
Meu coração
virou mil pedaços xeretas
Que foram
parar no aparelho intestinal
Estes
pedaços se transformaram em borboletas
Sobrevoando
o jardim num momento fatal
Tudo porque
o cupido transformou um livro de Poesia
Num coração
de carne vermelha e pulsante
Que só
trouxe decepção, tristeza e agonia
A um ser que
só queria um passageiro amante.
Luciana do
Rocio Mallon
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