segunda-feira, 20 de março de 2017

O Cupido Transformou a Poesia em Carne

O Cupido Transformou a Poesia em Carne
O meu coração era feito do papel de um livro de Poesia
Onde as palavras exalavam um perfume de jasmim
Porém chegou o cupido com sua flecha cheia de agonia
Que transformou meu coração numa carne carmim

O cupido misturou meu coração com ácido
De um jeito sensual, malicioso e nada plácido
Depois na vitrine gananciosa do tormento
O cupido expôs este coração e todo meu sentimento

Como se fosse um produto sem qualidade
Que aceita qualquer tipo de preço
Esta atitude só trouxe infelicidade
Pois uma pessoa sem nenhum apreço

Comprou meu coração falsificado sem volante
E devorou o pobre com o garfo da sensualidade
Com a ajuda da faca afiada, brilhante e cortante
Para depois arrotar a esnobe vaidade
Meu coração virou mil pedaços xeretas
Que foram parar no aparelho intestinal
Estes pedaços se transformaram em borboletas
Sobrevoando o jardim num momento fatal

Tudo porque o cupido transformou um livro de Poesia
Num coração de carne vermelha e pulsante
Que só trouxe decepção, tristeza e agonia
A um ser que só queria um passageiro amante.
Luciana do Rocio Mallon



Nenhum comentário:

Postar um comentário