Caneta no
Bolso da Camisa do Poeta
Uma linda
tarde eu avistei uma caneta
Dentro do bolso
da confortável camisa
Que vestia
um sedutor e belo poeta
Com o rosto
acariciado pela brisa
Então eu
quis ser aquele instrumento
Para
escrever frases num papel
Com emoção e
sentimento
Tirando a
tristeza mais cruel
Desta
maneira a fada Poesia,
De um jeito
encantado e xereta,
Ouviu meu
desejo com harmonia
E me
transformou numa caneta
Repleta de
alegria e magia!
Quando o
poeta me colocava em seu bolso esquerdo
Eu conseguia
escutar o seu coração selvagem
Por isto eu
não sentia nenhum tipo de medo
Pois este
som me acompanhava na viagem!
Quando ele
me colocava em seu bolso direito
Eu sentia o
balé das suas mãos doces e macias
Junto com o
seu perfume de amor-perfeito
Que
satisfazia todas as minhas fantasias!
Quando ele
estava num ambiente humilde e quente
Eu me
transformava em uma Bic transparente!
Quando ele
estava num ambiente sofisticado e brilhante
Eu virava
uma cara e rara caneta de diamante!
Um dia fui
parar dentro da máquina de lavar
Junto com a
camisa e outras roupas com sujeira
Por causa das
fofocas das bolhas de sabão ao ar
Fui
triturada de uma forma cruel e traiçoeira
Hoje estou
no barracão de lixo reciclável
Voltarei a
ser um novo instrumento
Nada apaga
uma paixão inflamável
Quando os
poemas, com caneta, se espalham pelo vento.
Luciana do
Rocio Mallon
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