Lendas dos Roubos Ridículos de Estátuas
Semana passada relatei neste blog o causo de um colega de
escola que, em 1988, roubou o boneco
gigante do Soldadinho de Chumbo, que eu usaria no teatro escolar com a peça
chamada: O Quebra-Nozes. O problema é que entrei na casa do rapaz, á procura
deste objeto, pois já tinham me delatado o indivíduo. Então, peguei o moço
agarrado com o boneco e ele confessou que quando tomou emprestado a estátua,
estava bêbado e confundiu o soldadinho com a paquita Andreá Sorvetão, artista
de que era fã.
Por coincidência, em novembro de 2013, um administrador roubou
um boneco, também de Soldadinho de Chumbo, que fazia parte da decoração
natalina na cidade de Cascavel. No final, ele devolveu o objeto e pediu
desculpas à população.
No Rio de Janeiro, existe a estátua do poeta Carlos Drummond
de Andrade, que os vândalos sempre tentam roubar. Mas, como a escultura é
grudada, os baderneiros sempre acabam levando os óculos do poeta.
Estes dias, uma senhora bêbada, foi flagrada tentando
arrancar a imagem do escritor. Enquanto ela fazia isto, exclamava:
- Minha vida não
presta!
- Meus relacionamentos não dão certos!
- Só um poeta para me
entender!
- Por isto, levarei você
para casa!
- Pelo jeito você não quer vir, né?!
- Então, transarei com você aqui mesmo!
A mulher foi tirando a roupa e tentou sentar no colo da
estátua. Porém, foi impedida pelas autoridades competentes. Depois ela explicou
que estava bêbada e em estado nervoso, pois foi abandonada pelo quinto marido.
Este causo me fez lembrar de uma amiga que afanou a
boneca gigante de tartaruga, que ficava no jardim da imobiliária chamada
Apolar. Ela estava noiva há sete anos e seu amado não queria marcar o casamento.
Por isto esta moça foi até ao Largo da Ordem, zona boêmia de Curitiba, e bebeu
demais. Na volta, ao passar pela rua perto de sua casa, avistou a tartaruga da
imobiliária, arrancou a imagem e levou para casa. Depois esta mulher me
telefonou:
- Luciana, agora meu noivo não me escapa. Pois, eu roubei
a estátua de tartaruga de um estabelecimento e coloquei um relógio de parede no
casco dela. Agora, colocarei o bicho no jardim do meu namorado e gritarei:
- Estou igual a esta
tartaruga:
- Lenta e não vejo a hora...
Desta maneira expliquei:
- Colega, devolva a estátua. Pois, Isto é vandalismo e
você pode ser presa.
Ela concordou:
- Tem razão.
No dia seguinte, passei em frente à imobiliária e a imagem
estava no lugar, porém toda torta e com um relógio de parede no casco.
Eu moro em frente a uma praça que tem um patrono oriental
chamado Tsunessaburo Makiguti e seu busto está no alto de um pilar. O
problema é que já fizeram muito vandalismo com ele, como por exemplo: tirar do
pilar, pichar e pintar de verde.
Uma
vez, passei em frente a esta praça e avistei marginais colocando a estátua de
um anão, de jardim, ao lado do busto. Assim, um dos bandidos exclamou:
-
Agora, o japa não vai se sentir mais sozinho porque ele estará em meia
companhia.
Deste
jeito, denunciei o ato às autoridades competentes.
Em São Paulo, facínoras roubaram o coelho da estátua da
Mônica e culparam o pobre do Cebolinha.
No litoral do Paraná, um homem com problemas neurológicos,
arrancou o rabo da estátua de uma sereia e tentou comê-lo depois, alegando que
estava com fome e que não conseguia mais pescar.
Nos anos 80, marginais tentaram colocar fogo na estátua
da santa popular Maria Bueno, no Cemitério São Francisco de Paula em Curitiba,
mas as chamas misteriosamente se apagaram. Reza a lenda que os dois jovens
morreram queimados anos depois.
Precisamos conscientizar as pessoas de que esculturas,
mesmo comerciais, são obras de arte e fazem parte da História de um país. Por
isto, elas não devem ser roubadas e nem destruídas.
Luciana do Rocio Mallon
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