Caiobanda, Matimbanda e Umbanda
Quando eu tinha quatro anos de idade, uma vez, minha família
resolveu passar o “réveillon” na praia. Então, á noite, meus parentes falaram:
- Agora veremos as manifestações religiosas à beira mar!
Quando chegamos á areia, avistei umas pessoas vestidas de
branco e dançando. Desta maneira perguntei:
- O que é isto?
Uma tia respondeu:
- É Umbanda e Quimbanda.
Logo pensei:
- Faz sentido, pois tem uma banda legal tocando batuques.
Mas, novamente, indaguei:
- Por que eles rodopiam e levam flores ao mar?
Um familiar respondeu:
- É para Iemanjá, a rainha do mar, trazer sorte no próximo
ano.
No ano seguinte, uma tia me disse:
- Agora vamos ao litoral, assistir a Caiobanda na passagem
do ano.
Desta maneira, eu imaginei batuques sonoros e mulheres com
vestidos rodados bailando harmonicamente. Porém, chegando naquele lugar, vi
pessoas com quase nada de roupas e uma banda bem desafinada. Os foliões, ao invés, de jogarem rosas ao mar,
despejavam lixo no oceano como: latas de cerveja e tocos de cigarro.
Logo, refleti:
- Entre Umbanda e Caiobanda, eu prefiro a primeira opção!
Por isto, fugi da festa e fui atrás da Quimbanda. Lá, fiquei
admirando as moças com vestidos rodados, batuques que não desafinavam e fiéis
levando rosas ao mar, em vez de poluir o oceano como faziam os foliões da Caiobanda
e da tal Matimbanda.
De repente, uma conhecida correu atrás de mim e perguntou:
- Luciana, você está aí?
- Seus familiares estão desesperados atrás de você.
- Por que fez isto?
Então respondi:
- É que eu prefiro Umbanda à Caiobanda. Pois, o Candomblé ainda
respeita o mar e não tem poluição sonora com instrumentos desafinados.
Luciana do Rocio Mallon
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