Lavar a Roupa
e a Louça é Poesia 
Lavar a
louça é um ato de Poesia
Quando tem
esforço e sentimento 
Porque tem
resíduos de alegria
De quem
comeu e bebeu dentro
Do prato
feito de porcelana 
E do cálice
de cristal transparente 
O guardanapo
sempre abana
Quando vira
um leque inocente
Lavar a
roupa é um lírico poema 
Quando o
azulado sabão em pó 
Vira a bolha
com cheiro de alfazema
Retirando do
laço, da peça, todo o nó 
A dura, fria
e antipática tábua de madeira
Transforma-se
num instrumento musical
Quando a
escova beija de forma verdadeira
O ritmo que
ilumina e limpa o divino astral 
Só um poeta
com dom e humildade,
Mesmo
nascido em berço de ouro, 
Lava os
pratos e a roupa de verdade
Pois a
simplicidade é o real tesouro
As mãos que
escrevem são as mesmas que limpam o ambiente
A casa pode
ser pobre, mas o espírito nunca é carente
A água, em
movimento, inspira os livres versos
O sabão vira
estrelas, de rimas, em universos.
Luciana do
Rocio Mallon 
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