domingo, 16 de abril de 2017

Lavar a Roupa e a Louça é Poesia

Lavar a Roupa e a Louça é Poesia
Lavar a louça é um ato de Poesia
Quando tem esforço e sentimento
Porque tem resíduos de alegria
De quem comeu e bebeu dentro

Do prato feito de porcelana
E do cálice de cristal transparente
O guardanapo sempre abana
Quando vira um leque inocente

Lavar a roupa é um lírico poema
Quando o azulado sabão em pó
Vira a bolha com cheiro de alfazema
Retirando do laço, da peça, todo o nó

A dura, fria e antipática tábua de madeira
Transforma-se num instrumento musical
Quando a escova beija de forma verdadeira
O ritmo que ilumina e limpa o divino astral

Só um poeta com dom e humildade,
Mesmo nascido em berço de ouro,
Lava os pratos e a roupa de verdade
Pois a simplicidade é o real tesouro

As mãos que escrevem são as mesmas que limpam o ambiente
A casa pode ser pobre, mas o espírito nunca é carente
A água, em movimento, inspira os livres versos
O sabão vira estrelas, de rimas, em universos.
Luciana do Rocio Mallon








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