terça-feira, 21 de março de 2017

Caneta no Bolso da Camisa do Poeta

Caneta no Bolso da Camisa do Poeta
Uma linda tarde eu avistei uma caneta
Dentro do bolso da confortável camisa
Que vestia um sedutor e belo poeta
Com o rosto acariciado pela brisa

Então eu quis ser aquele instrumento
Para escrever frases num papel
Com emoção e sentimento
Tirando a tristeza mais cruel

Desta maneira a fada Poesia,
De um jeito encantado e xereta,
Ouviu meu desejo com harmonia
E me transformou numa caneta
Repleta de alegria e magia!

Quando o poeta me colocava em seu bolso esquerdo
Eu conseguia escutar o seu coração selvagem
Por isto eu não sentia nenhum tipo de medo
Pois este som me acompanhava na viagem!

Quando ele me colocava em seu bolso direito
Eu sentia o balé das suas mãos doces e macias
Junto com o seu perfume de amor-perfeito
Que satisfazia todas as minhas fantasias!

Quando ele estava num ambiente humilde e quente
Eu me transformava em uma Bic transparente!
Quando ele estava num ambiente sofisticado e brilhante
Eu virava uma cara e rara caneta de diamante!

Um dia fui parar dentro da máquina de lavar
Junto com a camisa e outras roupas com sujeira
Por causa das fofocas das bolhas de sabão ao ar
Fui triturada de uma forma cruel e traiçoeira

Hoje estou no barracão de lixo reciclável
Voltarei a ser um novo instrumento
Nada apaga uma paixão inflamável
Quando os poemas, com caneta, se espalham pelo vento.
Luciana do Rocio Mallon







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