Lenda:
Aconteceu Em 31 de Outubro de 1999
De 1991 à
1997, às vezes, quando eu ficava em casa sozinha costumava ligar para o 145,
Disque-Amizade. Assim, o pseudônimo que eu usava era Kelly e lá buscava minhas
inspirações para escrever contos sensuais de mistério.
Mas, de vez
em quando, quando eu ligava, tinha um diálogo que se repetia. Pois, às vezes,
uma voz masculina dizia ser um gato, com olhos de duas cores diferentes e de
número 666. Porém logo depois não falava nada e me deixava no vácuo como no
diálogo abaixo:
- Alô, quem
fala?
- Aqui é o
gato dos olhos de duas cores diferentes e meu telefone é 666.
A situação
se repetiu até 1997, quando deixei de ligar para o Disque-Amizade.
Em 1999, fui
trabalhar numa loja. Até que em meados de outubro, daquele mesmo ano, uma
cliente entrou com uma menina carregando, em seus braços, uma boneca com roupas
da cigana da novela chamada Explode Coração. Então conversei com a criança:
- Linda
boneca!
Ela
respondeu:
- O nome é
Dara e se você apertar a mão dela, a boneca diz sobre seu futuro. Aliás, tinha
até propaganda dela na televisão.
Dessa forma,
apertei a mão do brinquedo que exclamou:
- Você terá
um encontro inesperado!
Naquela
época eu já dava entrevistas sobre Lendas Curitibanas, muito antes de eu lançar
o livro com esse mesmo nome. Então, duas estudantes de Jornalismo marcaram uma
entrevista comigo no cemitério da cidade no dia 31 de outubro sobre causos de
terror. Assim, resolvi ir porque esse lugar estaria cheio devido as limpezas
que as pessoas fazem, nos túmulos, para o Dia de Finados que se aproximava.
Quando
cheguei ao local, como estava uma hora adiantada, resolvi passear pelo
cemitério, até que vi um túmulo com a foto, em preto-e-branco, de um rapaz
loiro muito bonito do século dezenove. Na lápide estava escrito o nome,
Henrique, ao lado de sua foto. De repente escutei uma voz masculina, que era
bem familiar:
- Boa tarde!
Olhei para
trás e notei que esse homem era muito parecido com o falecido da lápide, porém
tinha um olho azul e o outro verde. Dessa maneira, gritei:
- Você é o
Henrique está enterrado aqui?!
Ele
respondeu:
- Que nada!
- Esse é meu
tataravô que veio da Polônia, no século dezenove, para trabalhar no Brasil.
Aliás, também gosto de ligar para o 145.
Então virei
para o túmulo novamente para verificar o sobrenome e o ano de sepultamento. Mas,
logo, quando virei para trás o moço, que falou comigo, não estava mais lá.
Porém tinha um gato branco com um olho azul e outro verde.
Naquele
corredor, vi um funcionário uniformizado que estava limpando o chão e perguntei
apontando para o gato:
- Esse gato
visita sempre o cemitério?
O
trabalhador respondeu:
- Sim, esse
bichano visita sempre esse mesmo túmulo e dizem até que ele vira homem.
Após isso
fui até o portão do cemitério para me encontrar com as estudantes de
Jornalismo.
O problema é
que não me lembro do número do corredor do túmulo e nem do sobrenome do
Henrique, por ser de origem polonesa e bem elaborado.
Luciana do Rocio Mallon
#halloween
#halloween2023
#lucianadorociomallon
#lendasurbanas
#lendascuritibanas
#lucianadorociomallon
#lendasurbanas
#lendascuritibanas
Nenhum comentário:
Postar um comentário