segunda-feira, 28 de maio de 2018

Lenda da Dama Violeta na Greve dos Caminhoneiros


Lenda da Dama Violeta na Greve dos Caminhoneiros
Nos anos 70, Viviane era uma menina que morava numa rodovia famosa, do Brasil, junto com seu pai que tinha uma borracharia no mesmo local. A cor favorita e a flor preferida desta garota era violeta. Ás vezes ela entrava em depressão ao lembrar que nunca conheceu sua mãe porque ela morreu em seu parto.
Esta menina tinha um amor platônico, Zé, um caminhoneiro que tinha uma casa ao lado da borracharia. Mas o problema é que sua amiga Rosa também era apaixonada por ele.
Quando Vivi completou 18 anos de idade, seu pai faleceu  e ela teve que vender a borracharia. Para sobreviver a jovem precisou se prostituir na BR. Para isto ela colocava um vestido sensual, da cor violeta, que pertenceu a sua mãe. Porém os preconceituosos da região apelidaram a pobre de Marmita de Caminhoneiro e Dama Violeta da BR.
No mesmo ano Rosa chegou a Vivi, que estava na rodovia, e disse:
- Vou me casar com Zé e quero que você seja uma das damas de honra.
A amiga falou:
- Parabéns!
- Gostaria muito de aceitar!
- Mas as pessoas tem preconceito comigo devido a minha profissão.
Rosa explicou:
- Minha costureira fará um vestido de tule, da cor que você escolher e ele virá acompanhado de um chapéu com um véu de tule também. Assim ninguém descobrirá que se trata da sua pessoa.
Viviane falou:
- Esta ideia é excelente!
- A propósito, minha cor preferida é violeta.
Após a amiga sair, a futura dama de honra entrou em depressão e chorou.
Quando chegou o grande dia, Viviane entrou como dama de honra vestindo a roupa violeta e o chapéu com véu encomendados pela noiva.
Depois do baile o casal de noivos pegou a BR. Porém Viviane, ainda vestida com o traje de festa, se jogou a frente do caminhão e morreu.
O fantasma dela ficou preso na BR e toda a vez que um caminhoneiro fica em apuros, a alma de Vivi aparece e ajuda. Por exemplos: quando faltou iluminação naquele trecho, a moça pegou as velas do cemitério, mais próximo, e iluminou a rodovia. Numa outra vez quando um caminhoneiro se acidentou, na mesma BR, a jovem pegou o celular dele e chamou socorro.
Em 2018 caminhoneiros, em greve, pararam naquele trecho da BR. Porém alguns deles começaram a ficar sem comida. Então, numa noite, uma dama com vestido violeta distribuiu marmitas para os motoristas. Dentre eles estava Rogério, um moreno de olhos verdes, com o corpo esculpido por exercícios físicos feitos entre uma viagem e outra. Quando ele avistou Vivi, uma atração mútua surgiu. Assim eles ficaram juntos, naquela madrugada.
Quando Rogério acordou, a moça não estava mais lá. Porém ela deixou um vaso de violeta e um incenso chamado Chama Violeta. Deste jeito o rapaz acendeu o incenso e rezou pelo Brasil.
Dizem que a Dama Violeta continua ajudando caminhoneiros naquele mesmo local.
Luciana do Rocio Mallon








Um comentário:

  1. Como "violeta" é a cor da transmutação, tomara que Vivi possa ajudar a transposição deste momento de angústia nas estradas para outra situação não "violenta" de maior paz e harmonia Parabéns, Luciana. Adoro tuas lendas urbanas e de rodovias.

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