sábado, 14 de novembro de 2020

Sou a Mesma Menina Que Fazia Poesia Na Rua, Só Que Agora Meu Palco é a Internet

 

Sou a Mesma Menina Que Fazia Poesia Na Rua, Só Que Agora Meu Palco é a Internet

Quando eu era jovem escrevia Poesia

Para suportar a depressão e a tristeza

Ela amenizava a solidão e a agonia

Com sutileza, leveza e delicadeza

 

Naquela época eu era repentista

E, de vez em quando, de uma forma crua

Colegas me pediam para fazer poemas na rua

Então eu pedia ao povo em forma de entrevista:

 

“- Diga uma palavra, que eu faço um poema

Com o tema desejado posso resolver um problema!”

Depois dos improvisados versos

Iluminando vários universos

 

Jogavam moedas em cima de mim

E eu agradecia com o sinal de sim!

Depois descobri saraus e eventos

Onde minha Poesia bailava aos ventos

 

Mas quando chegou a pandemia

Passei a escrever mais na Internet

Levando sentimento de alegria

Para a marionete e a vedete!

 

Mas será que sou a mesma menina

Que fazia poemas pela rua,

Espalhado versos pela sina,

Embaixo do Sol e da Lua?

 

Acho que sou a mesma pessoa

Só mudou o palco, em fim

Não me molho mais na garoa

Porém aguento sinal ruim!

 

Em vez de moedas, troco poemas

Por produtos ou créditos em celular

Mas já troquei por perfume de alfazemas

Que espalham suave aroma pelo ar.

Luciana do Rocio Mallon

 


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