Sou a Mesma Menina Que Fazia Poesia Na Rua, Só Que Agora Meu
Palco é a Internet
Quando eu era jovem escrevia Poesia
Para suportar a depressão e a tristeza
Ela amenizava a solidão e a agonia
Com sutileza, leveza e delicadeza
Naquela época eu era repentista
E, de vez em quando, de uma forma crua
Colegas me pediam para fazer poemas na rua
Então eu pedia ao povo em forma de entrevista:
“- Diga uma palavra, que eu faço um poema
Com o tema desejado posso resolver um problema!”
Depois dos improvisados versos
Iluminando vários universos
Jogavam moedas em cima de mim
E eu agradecia com o sinal de sim!
Depois descobri saraus e eventos
Onde minha Poesia bailava aos ventos
Mas quando chegou a pandemia
Passei a escrever mais na Internet
Levando sentimento de alegria
Para a marionete e a vedete!
Mas será que sou a mesma menina
Que fazia poemas pela rua,
Espalhado versos pela sina,
Embaixo do Sol e da Lua?
Acho que sou a mesma pessoa
Só mudou o palco, em fim
Não me molho mais na garoa
Porém aguento sinal ruim!
Em vez de moedas, troco poemas
Por produtos ou créditos em celular
Mas já troquei por perfume de alfazemas
Que espalham suave aroma pelo ar.
Luciana do Rocio Mallon
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