Lendas de Treze Tílias
Esta lenda foi
contada por Dona Gertrudes, antiga moradora da cidade de Treze Tílias, localizada
no oeste de Santa Catarina.
Reza a lenda que em
1933, na Áustria, alguns agricultores ficaram sem terra para plantar e por isto
sonhavam em se mudar para outro país. Naquela mesma região havia uma garota
chamada Hildegard que vivia escutando da sua mãe:
- Nunca vá para a
floresta vermelha, pois lá tem fantasmas e mulheres enterradas em árvores.
Porém, isto sempre
aguçava a curiosidade da garota.
Um certo dia, sua
mãe saiu da aldeia, em direção à cidade, e avisou à menina:
- Irei até o centro
com o objetivo de ver a nossa mudança para outro país. Portanto, fique em casa,
comporte-se e não vá para a floresta vermelha.
Alguns minutos após
a saída de sua mãe, Hidegard tomou coragem e foi até ao bosque proibido. Lá ela
perdeu-se entre um circulo de tílias e passou a escutar vozes femininas que
diziam:
- Socorro!
- Tire-nos daqui!
- Leve-nos para
outro lugar!
Deste jeito, a
garota perguntou em voz alta:
- Quem são vocês?
De repente,
espíritos em formatos femininos saíram de treze árvores e a mais velha disse:
- Na Idade Média,
nós éramos lindas ciganas, mas fomos acusadas injustamente de bruxaria. Por
isto, nos mataram e colocaram nossos corpos dentro destas árvores. Porém, há um
jeito do nosso espírito se libertar, para isto você precisa pegar treze mudas
de tílias e plantá-las em outro país, enquanto recita o poema Die Dreizehnlinden
do escritor Wilhelm Weber, que acreditava em
nossa lenda.
Desta maneira esta criança pegou as mudas das plantas e
voltou para casa. Quando sua mãe chegou, disse a seguinte novidade:
- Hildegard, arrume as suas malas. Pois, iremos para o
Brasil.
Assim, as duas junto com um grupo de agricultores
austríacos, foram para o novo país e receberam terras no oeste do estado de
Santa Catarina.
Quando chegou ao
novo solo, Hildegard logo plantou as mudas de treze tílias. Naquele mesmo
instante, apareceram os espíritos das treze ciganas que falaram:
- Estamos livres e
agradecemos pelas suas atitudes. Por isto, somos suas servas, agora.
A partir daquele
dia, as almas destas mulheres passaram a ajudar Hildegard em tudo: na lavoura e
no serviço de casa.
O problema é que
algumas pessoas passaram a ver os fantasmas delas e o casarão da garota, que
era todo pintado de cor de rosa, passou a ter fama de mal-assombrado. Por isto,
até hoje esta residência está de pé e é conhecida como a casa cor de rosa do
centro de Treze Tílias. Dizem que para ver as ciganas, basta deixar treze maçãs
na porta do casarão, numa sexta-feira, de Lua cheia.
Reza a lenda que
esta cidade foi batizada de Treze Tílias porque o ministro da agricultura da Áustria,
chamado Andreas Thaler, era fã do poema Treze Tílias do escritor Weber, que acreditava
no causo das treze ciganas enterradas dentro da árvore, durante a Idade Média e
fez a obra inspirado tanto nelas quanto nestas árvores.
Luciana do Rocio
Mallon
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