domingo, 15 de março de 2015

A Maquiagem da Poesia - Parte III

A Maquiagem da Poesia – Parte III
                                                                       
Fiquei confusa e sentei-me na penteadeira
Logo vi um velho estojo de maquiagem
Abri a embalagem de maneira faceira
Então comecei uma misteriosa viagem!

Passei o batom da cor carmim
Que retirou o gosto amargo e ruim
Da triste e cruel agonia
Deixando o sabor da simpatia!

Com as sombras cintilantes
Enfeitei as pálpebras brancas
Que viraram estrelas brilhantes
Brincando com as luas francas

Passei um pouco do discreto brilho
Nas minhas grossas sobrancelhas
Com o lápis fino do estribilho
Como as gotas que caem nas telhas

Nas bochechas coloquei purpurina
Feita da mais refinada e doce rima
Pincelei com o rímel dos poemas
Os meus cílios sem problemas

No pulso coloquei gotas de alfazemas

Já, no rosto coloquei pó compacto
Para causar um grande impacto
Como sou leoa, passei “rouge”
Porque o tempo corre e urge!

Passo a maquiagem da poesia
Sem exagero, para não virar o coringa
Combino as cores com harmonia
Porque a vida precisa de tinta

Porém não carrego na maquiagem
Pois é perigoso se afogar na fantasia
Esconder o rosto estraga a viagem
E apaga a mais nobre poesia

O importante é usar a pintura
 Para disfarçar a amargura
Porém sem fugir da realidade
Pois todo mundo precisa da verdade.
Luciana do Rocio Mallon










Nenhum comentário:

Postar um comentário