quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Como Identificar um Virgemfóbico

Como Identificar um Virgemfóbico 

Dias atrás escrevi um texto sobre virgemfobia que é a perseguição cometida por algumas criaturas contra adultos que nunca transaram. Com certeza, esta atitude é uma demonstração de ignorância.
Como muita gente sabe, sou assexual, ou, seja não curto sexo e também sou donzela. O objetivo deste texto é ajudar as mulheres que estão na mesma situação que a minha, mas que sofrem com o preconceito. Aqui, uma das formas de se proteger contra a discriminação é saber identificar o virgemfóbico. Este preconceituoso divide-se em: colega "bullier" de escola, tia fofoqueira, invejosos do ambiente de trabalho, ginecologista desacreditada e pretendente machista.
Por ser tímida e muito fora dos padrões de beleza, durante a adolescência, sofri muito bullying no colégio. As meninas mais desinibidas viviam perguntando se eu já havia beijado na boca. Então, a minha resposta sempre era não. Deste jeito, logo o "bullying" surgiu e, desta maneira, me apelidaram de boca virgem. Ora, chamar uma colega disto é uma forma de virgemfobia.
Para se livrar das brincadeiras de mau gosto, o negócio é se sentar na frente e passar o recreio na biblioteca revisando a matéria, ou, lendo um bom livro.
Como tenho 39 anos e nunca me casei, sempre sofro com perguntas constrangedoras quando as tias do interior me encontram. Por exemplo:
- Por que você ainda não se casou ?
- Será que você tem medo de homem ?
Com certeza, um familiar que faz uma pergunta idiota destas é um virgemfóbico de carteirinha que nem merece resposta.
Quando eu tinha 35 anos de idade, resolvi me consultar com uma ginecologista por causa do meu excesso de menstruação. Então ela perguntou quando tinha sido minha última relação sexual. Desta maneira, eu disse que nunca tinha transado na vida. Assim, a doutora se assustou e me chamou de mentirosa na minha frente. Depois, a médica me fez sentar numa cadeira, que deixou as minhas pernas, totalmente, abertas. Deste jeito, a doutora pegou uma espécie de lupa e gritou:
- Nossa !
- Isto é verdade mesmo !
Naquele instante me senti humilhada e saí do consultório chorando. Deste jeito, me perguntei onde estava a ética desta ginecologista que, com certeza, era uma virgemfóbica.
Agora toda a vez que preciso marcar alguma consulta pergunto à secretária se a doutora tem algum preconceito sexual e logo explico minha situação. 
Porém, você fica cara a cara com o  pior virgemfóbico de todos quando aparece um pretendente machista na sua vida. Então, você não tem coragem de dizer a ele, que é uma donzela assexual e não curte sexo. Mas, mesmo assim, você aceita a sua amizade e começam a sair juntos. Até que um lindo dia, este homem tem um ataque de fúria por não ter contato mais íntimo com a sua pessoa e você acaba confessando que é virgem. Desta maneira o cara esbraveja e lhe acusa de fazer joguinho de sedução para conquistá-lo. Este é o tipo mais perigoso de virgemfóbico, pois acha que é dono do seu corpo. Por favor, nunca entre num relacionamento com um ser destes porque pode custar-lhe a vida.
Agora, que você já sabe identificar um virgemfóbico, fique atenta ao redor e nunca tenha vergonha de assumir o que pensa. Afinal, você não é obrigada a fazer algo que não quer só porque a sociedade globalizada de consumo impõe.
Luciana do Rocio Mallon 



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