Lenda da Cabeça Seca
No século dezenove, num lugarejo chamado Butiá dos Carvalhos, na região rural da cidade de Mafra no Estado de Santa Catarina, existia uma lavradora solitária e donzela apelidada de Jujuba.
Ela comprou uma chácara naquela região, onde havia um poço lacrado.
Uma vez, ela recebeu a visita do seu sobrinho endiabrado que revirou a residência de cabeça para baixo e retirou o lacre do poço.
No dia seguinte, Jujuba foi para a lavoura. Mas, quando estava carpindo a roça com a enxada, de repente, ela viu que retirou da terra uma cabeça seca sem o corpo.
Assim, a mulher ficou assustada e saiu correndo.
A noite alguém bateu na sua porta. Quando a moça abriu viu que tratava-se do corpo de uma mulher sem a cabeça, que lhe entregou o seguinte bilhete:
- Há anos eu estava trancada dentro do poço, sem falar que sempre sonhei em achar a minha cabeça. Pois, fui covardemente decapitada pelo meu marido e tive a outra parte do meu corpo
jogada no mato.
- Estou aqui porque sei que você achou a minha cabeça e eu não posso correr atrás dela porque encontro-me muito fraca. Portanto, volte para a lavoura, pegue esta parte do meu corpo que tanto procuro e coloque amanhã, à noite, na porta de seu sítio para que eu possa busca-la.
Jujuba obedeceu ao zumbi, recolheu a cabeça e colocou na entrada de sua residência. Na noite seguinte, a moradora ficou espiando pela janela. Quando de repente, viu que o zumbi voltou, pegou sua cabeça, encaixou no corpo e desapareceu no meio do mato.
Alguns dias depois, Jujuba comentou este causo com seus vizinhos, que afirmaram que naquele sítio morava uma esposa com o seu marido. Porém, que a mulher desapareceu sem dar pistas.
Por causa desta história, a chácara de Jujuba recebeu o apelido de: " Região da Cabeça Seca."
Luciana do Rocio Mallon
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