sábado, 29 de junho de 2013

Lenda da Boneca da Morte

Lenda da Boneca da Morte 

Nos anos cinquenta, havia um viúvo rico chamado Henrique, que tinha uma filha de cinco anos que atendia pelo nome de Soledad.
Um certo dia num baile, este homem apaixonou-se por uma dama da alta sociedade chamada Genoveva, que no fundo, só estava preocupada com dinheiro e posição social. Assim, os dois se casaram e, no começo do matrimônio sua nova mulher fingiu ser paciente com sua filha. O problema é que Genoveva queria se livrar de Soledad para ser a única herdeira da fortuna, porém ela tinha medo de contratar um matador de aluguel, ou, de assassinar a pequena com as próprias mãos e ser descoberta depois. 
Por isto, ela resolveu consultar a bruxa Pompéia, a mais famosa da cidade. Lá, a feiticeira falou que para matar a menina a magia ideal seria o vodu. Por isto, a maga pediu para que a madrasta trouxesse mechas de cabelo da enteada e uma samambaia. Genoveva obedeceu à bruxa, que colocou os cabelos e a planta dentro da barriga de uma boneca e explicou:
- Dê esta boneca de porcelana à garota que ela morrerá logo.
Ao chegar em casa, a madrasta deu o brinquedo a sua enteada, que ficou maravilhada.
No dia seguinte Soledad , com sua nova boneca nas mãos,  abriu o portão da mansão, saiu para a rua, foi atropelada e morreu. Genoveva decidiu enterrar a menina junto com seu novo brinquedo, para que ninguém descobrisse provas do uso de magia negra.
Quando chegou no limbo, a garota disse ao seu anjo:
- Poxa, me sinto tão sozinha aqui, que tenho vontade de trazer outras crianças para brincar comigo neste lugar.
- O meu nome Soledad significa solidão em Língua Espanhola.
- Nossa, eu sou sozinha até no nome!
Sempre quando o querubim se afastava dela, no limbo, o espírito desta criança aproveitava a oportunidade para dar umas voltinhas aqui na Terra.
Alguns dias depois, surgiu a história de que naquele cemitério, pessoas viam uma menina com uma boneca nas mãos que sempre desaparecia entre os túmulos.
Perto daquele campo-santo, havia um salão de beleza muito frequentado por crianças. Um certo dia, Dona Azaléia e sua filha Dolores, de cinco anos de idade resolveram cortar os cabelos lá. A menina foi acompanhada de uma boneca, a qual já estava enjoada. Quando, a pequena entrou lá avistou uma outra  garota carregando uma boneca de porcelana e perguntou-lhe:
- Qual é o seu nome ?
- Vamos trocar de boneca ?
A outra garota respondeu:
- Meu nome é Soledad.
- Sim, aceito trocar de boneca.
Deste jeito, as duas fizeram escambos com os seus brinquedos. Dolores ficou tão feliz com sua aquisição, que dormiu com a boneca nova.
Porém, no dia seguinte, quando Azaléia foi acordar a sua filha notou que ela estava morta e sua boneca não se encontrava no quarto. A alma de Dolores foi parar no mesmo limbo onde Soledad estava. Lá, as meninas trocaram de bonecas novamente. Mesmo assim, Soledad ainda se sentia sozinha e por isto seu espírito descia ao mundo para aplicar o mesmo golpe da boneca que ela deu em Dolores com o objetivo de atrair novos espíritos de meninas ao seu limbo.
Durante aquele período Genoveva engravidou e deu a luz a uma menina chamada Priscila.
No dia em que  Priscila completou cinco anos de idade, ela estava brincando com uma boneca no jardim. Quando, de repente, apareceu outra garota que disse-lhe:
- Oi, meu nome é Soledad.
- Vamos trocar de boneca ?
Priscila aceitou o escambo e naquela noite ela dormiu com seu novo brinquedo.
Na manhã seguinte, quando Genoveva foi acorda-la notou que sua filha havia falecido e percebeu que a boneca do vodu estava ao lado da falecida, com um bilhete:
" - Minha missão agora acabou.
 Por favor, fique com a boneca da morte como lembrança
Assinado:
Sua enteada, Soledad. "
Luciana do Rocio Mallon 





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