Os
Lugares-Comuns e os Estereótipos de Contos e Novelas Que Mexem Com as Cabeças
das Mulheres Durante Milênios
Esses dias
recebi mensagens como:
- Tia Lu,
faça um texto criticando os estereótipos machistas dos contos-de-fadas, das
novelas e dos livros!
- Quero que
você escreva um texto sobre as mensagens subliminares machistas das novelas e
livros.
Minha
resposta:
As Mitologias
e contos-de-fadas foram criados, primeiramente, por homens com o principal objetivo
de domesticar as mulheres. Porém, eles geralmente possuem personagens e enredos
semelhantes e analisarei um por um:
1 - O Mito
do Final Com o Casamento:
Os contos e
novelas que terminam com o casamento surgiram com os tradicionais
contos-de-fada.
Porém esses
mesmos contos-de-fada possuem origem na Idade Antiga e por isso há elementos de
várias mitologias misturados nos enredos deles. Porém o pior é o final:
príncipes e princesas se casam no fim acompanhados com a famosa frase
mentirosa:
“ E foram
felizes para sempre...”
Historiadores
e antropólogos já comprovaram que os enredos das mitologias e contos-de-fadas
foram criados por homens com o objetivo de domesticar mulheres. Aliás, eles
foram transcritos da Literatura Oral para a escrita por homens também, como
exemplos: Irmãos Grimm e Perrault.
Como já foi
citado, os contos-de-fadas foram criados e transcritos por homens com o
objetivo principal de domesticar qualquer mulher.
Sim!
Pois ela
fica sonhando com o príncipe encantado e por isso não há razões para a donzela
se rebelar. Pois sempre estará em seu castelo esperando o cavaleiro para ser
salva.
2 – A Nerd
de Oculos Que Se Torna uma Modelo Fatal:
Geralmente
as novelas possuem uma personagem inteligente, tímida, que usa óculos e veste
roupas humildes. Porém, nos últimos capítulos, a mesma moça muda o visual e se
torna uma verdadeira Miss Universo com direito à repaginadas em salões de
beleza e roupas da moda.
Essa jovem
lembra a Cinderella que vira princesa no final.
A personagem
inteligente e aparentemente feia, que se torna bonita no fim, faz o papel que o
capitalismo gosta. Pois ele não quer mulheres pensantes e sim mulheres “comprantes”,
que se preocupam com a beleza e o consumo.
3 – Gêmeos
Com Personalidades Diferentes:
Esse mito
existe até na Bíblia com a história de Isaú de Jacó.
Quem não se
lembra de Paulina e Paola, da Ursupadora, ou de Rute e Raquel em Mulheres de
Areia?
Gêmeos
sempre mexeram com o inconsciente humano porque representam a dupla
personalidade que existe em cada um de nós. Por isso o cérebro vibra quando vê
personagens gêmeos em livros ou na TV.
4 – Bebês
Trocados:
O mito do
bebê, que é filho biológico de uma mãe, mas é criado praticamente a vida
inteira por uma desconhecida mexe com a mente dos humanos desde a Idade da
Pedra. Esse enredo existe desde a Mitologia Antiga até as novelas
contemporâneas.
Atire a
primeira pedra quem nunca falou:
- Acho que
fui trocado na maternidade!
5 – Duas Mulheres
Que Brigam Por Causa de um Macho Sem Graça:
Essa
situação triste é descrita desde as Mitologias Gregas e Romanas.
Infelizmente,
o objetivo desse enredo é fazer as mulheres brigarem entre elas e combater a
sororidade.
6 – Amor da
Adolescência Que Desaparece e Retorna 20 Anos Depois:
Geralmente
toda a novela tem esse enredo. O livro brasileiro mais famoso com esses tipos
de personagens é a Moreninha do autor Joaquim Manuel de Macedo, que também foi
transformado em folhetim da Rede Globo no final dos anos 70 e a novela
brasileira mais famosa com esse enredo é O Clone da autora Glória Peres.
Na Idade Antiga era comum as mulheres ficarem
noivas ainda na adolescência e os rapazes saírem para guerras que duravam anos.
Então os homens com o objetivo de manter as noivas fiéis inventaram esse tipo
de enredo. Assim a donzela escutava essa história e ficava esperando, por anos,
seu cavaleiro voltar das batalhas.
Confesso que
nunca gostei dos contos-de-fada, mas eu queria viver uma história de amor de
adolescência, que viaja e volta, porém permanece eterno.
Pior que
quase vivi um drama desses na vida real. Mas graças às deusas acordei agora aos
47 anos e desisti de um pretendente que conheci em 2002, sumiu em 2004 e voltou
a falar comigo em 2021.
Conclusão:
Romances e novelas se apoiam em estereótipos que estão no inconsciente dos
seres humanos e, geralmente, esses lugares-comuns são machistas.
Portanto,
mulheres, cuidado com as mídias!
Luciana do
Rocio Mallon
#conto
#novela #literatura
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