Lenda da Expressão: Fulano Se Finge de Morto Para Pegar o
Coveiro
Reza a lenda que, na Idade Média, existia um agricultor
solteiro, chamado Rogério, que era apaixonado pelo coveiro da vila, Ricardo,
que também era solitário. Porém bebia muito à noite, além de ser sonâmbulo e
morar num puxado aos fundos do cemitério.
Mas Rogério tinha vergonha de confessar o seu amor com medo
da homofobia da época. Pois os homossexuais comprovados eram mortos na fogueira
ou na forca pela Inquisição.
Assim o agricultor se fingiu de morto e foi enterrado no campo-santo.
Porém, à noite, ele saiu do túmulo, se vestiu de mulher, entrou na casa do
coveiro que estava bêbado e em estado de sonambulismo.
Assim, Rogério fingiu que era uma moça e confessou o seu
amor, que foi correspondido.
Deste jeito, de dia o rapaz trabalhava na sua propriedade
rural e à noite se vestia de mulher para seduzir o coveiro.
Numa madrugada os dois beberam demais. Por isto demoraram a
acordar. As pessoas, preocupadas, arrombaram a porta da casa de Ricardo e
pegaram o coveiro dormindo com o agricultor vestido de mulher. Então uma das
beatas exclamou:
- O Rogério não morreu!
- O Diabo está solto porque ele voltou como mulher!
- Fogueira nos dois!
Mas o agricultor exclamou:
- A culpa foi minha!
- Eu me fingi de morto e me vesti de mulher para conquistar o
coveiro!
- Ele é inocente.
Então amarraram o lavrador no pilar e lançaram fogo. No mesmo
instante que seu corpo foi sendo queimado, moedas de ouro saíram das chamas.
No mesmo instante um pássaro voou e comentou:
- No futuro muita gente se fingirá de morta para se
aproveitar do coveiro.
Luciana do Rocio Mallon
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