segunda-feira, 5 de junho de 2017

Se Nada Der Certo

Se Nada Der Certo
A nova polêmica que está rolando nas redes sociais é sobre um evento, de uma escola particular do Sul do Brasil, chamado Se Nada Der Certo, realizado em 2015. Nesta atividade os alunos se vestiram de profissões simples como: gari, entregador de jornal, atendente de lanchonete, motorista de ônibus, empregada doméstica, garçom, lavrador e balconista de loja. A questão é que isto leva o adolescente a crer que trabalhadores destas profissões simples não deram certo na vida, reforçando ainda mais o preconceito. Os profissionais de saúde mental já comprovaram que a felicidade não depende do status social do emprego exercido pelo indivíduo. Pois existem médicos, que não são felizes e lavradores que estão satisfeitos com a vida que tem. Existem pesquisas sérias, de Psiquiatria, que comprovam que uma profissão com status não garante a verdadeira felicidade.
O problema é que o preconceito, relativo às profissões humildes, está enraizado na sociedade brasileira há séculos. Afinal, quem nunca ouviu dos mais velhos, frases como:
- Vá estudar, senão você vai virar lixeiro!
- Menina, faça suas tarefas escolares, senão você se transformará numa empregada doméstica no futuro!
Porém, a realidade, é que em época de crise é comum que pessoas, com curso universitário, exerçam profissões mais simples fora de suas áreas acadêmicas de atuação. Mesmo assim, isto não significa que a vida delas tenha dado errado. Pois o problema é econômico e social.
Realmente, é preciso descontruir este tipo de preconceito e é possível realizar esta ação em sala de aula. Primeiro o professor deve mostrar para as crianças que todas as profissões devem ser respeitadas e o fato de uma pessoa exercer uma função humilde não significa que ela seja inferior. O professor deve fazer uma lista de personalidades, que hoje, são bem sucedidas. Mas que no passado exerceram profissões simples. Exemplos:
- O empresário e apresentador Sílvio Santos foi camelô antes de alcançar a fama;
- A cantora e atriz Ivete Sangalo foi balconista de loja;
- A modelo e atriz Luíza Brunet exerceu a profissão de empregada doméstica;
- O cantor e ator Agnaldo Timóteo foi motorista particular da artista Angela Maria;
- Luiza, dona, das redes de lojas Magazine Luiza, foi balconista de loja;
- O músico Kurt Cobain trabalhava na escola, onde estudava, como faxineiro;
- O ex-presidente americano Abraham Linconl foi sapateiro e balconista;
- A cantora, atriz e modelo Madonna foi atendente de lanchonete;
- Sem contar os integrantes de várias duplas sertanejas que já foram lavradores.
Esta lista acima forma apenas alguns exemplos de celebridades que começaram em profissões simples. Mas que conseguiram subir na vida.
No meu caso, só me tornei escritora de lendas graças aos meus trabalhos de balconista e contínua. Pois eu recolhia as histórias misteriosas que as clientes me contavam. Assim consegui fazer o livro chamado Lendas Curitibanas.
Sugiro aos professores, que como atividade extraclasse, façam os alunos sentir na pele, um dia, estas profissões humildes. Por exemplo: um aluno poderia passar um dia como gari, outra estudante exerceria por 24 horas a função de empregada doméstica, etc. Pois isto traria um enriquecimento como ser humano aos adolescentes da classe média alta.
Pois, vitória sem esforço não é prêmio porque é apenas status.
Já, vitória com estudo e empatia é a verdadeira felicidade. Afinal, não existe elevador para o sucesso e, sim, escadas. Então se a pessoa tropeçar no degrau da humildade, o prêmio se tornará nulo.
Luciana do Rocio Mallon




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