domingo, 18 de junho de 2017

Lenda da Freira Que Segurava Velas Para Salvar Donzelas

Lenda da Freira Que Segurava Velas Para Salvar Donzelas
Reza a lenda que a expressão “segurar vela” surgiu na Idade Média. Pois, naquela época, existia o ritual de alguém acender velas, durante a primeira noite de núpcias de um casal, para verificar se o matrimônio foi consumado e se a noiva era virgem. Geralmente a função cabia a um guarda, do governo, ou algum religioso.
Na Europa, numa vila medieval, existia uma freira idosa chamada Hildegard, que às vezes cumpria a função de segurar vela. Mas esta religiosa notou que aumentava o número de moças ricas que ficavam noivas de homens que eram escolhidos por suas famílias. Porém que fugiam com seus outros amados, dias antes do casamento, com seus dotes milionários. O problema é que, muitas delas, eram assassinadas nas noites de núpcias, antes de terem contatos íntimos com os maridos. Pois, na verdade, eram seduzidas por marginais interesseiros e não tinham ninguém para segurar as velas nas suas primeiras noites. Hildegard, ao perceber isto, tornou-se confidente das jovens de sua região. Mesmo assim não conseguia impedir que elas fugissem com seus amados. Mas convenceu as donzelas para ser a seguradora de velas em suas primeiras noites de núpcias. Deste jeito, a freira evitou que muitas jovens fossem assassinadas. Pois através do ritual de segurar a vela, os maridos que antes estavam mal intencionados, acabavam se apaixonando pelas jovens nas primeiras noites de intimidades, e desistiam de matar as moças.
Um dia esta religiosa faleceu. Porém seu espírito continuou segurando a vela das donzelas, nas suas primeiras noites de casadas, evitando que elas fossem mortas por crápulas.
Diz o mito, que em Curitiba, no século dezenove onde hoje em dia localiza-se a Rua Riachuelo, existia um casarão que hospedava casais depois de casamentos clandestinos e por isto passavam as suas primeiras noites lá. Porém, tornou-se comum que as noivas, que casaram às escondidas, fossem assassinadas por seus maridos naquele local antes do matrimônio ser consumado.
O espírito de Hildegard, vendo aquela barbaridade do céu, foi até a hospedaria para reverter a situação.
Naquele tempo, existia uma moça rica chamada Abigail, que foi seduzida por um dos empregados do seu pai que convenceu a inocente a se casar, às escondidas com ele, e trazer todo o seu tesouro. Após o matrimônio, o casal foi até o casarão, da Rua Riachuelo. Então, no momento, em que Abigail se deitou e o noivo estava pronto para mata-la, surgiu o fantasma da freira com uma vela nas mãos falando:
- Sou a alma que segura uma vela para que casais consigam consumar o casamento sem violências e sem mortes.
O homem ficou assustado e concordou com a ideia. Já, Abigail, como estava muito apaixonada, não ligou para este detalhe. Após a noite nupcial o rapaz se apaixonou pela esposa e desistiu de mata-la.
Hildegard passou, muitos anos, segurando vela para as noivas daquela hospedaria. Então o casarão foi vendido para a família de um comerciante. O problema é que as filhas do empresário passaram a ver uma freira que fugia pelo alçapão. Mais tarde descobriram que, naquele casarão, existia um túnel subterrâneo. Hoje esta velha mansão foi destruída. Porém algumas pessoas que passaram pelo local falaram que já viram o fantasma de uma freira nestas ruínas.
Luciana do Rocio Mallon





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