Lenda da
Freira Que Segurava Velas Para Salvar Donzelas
Reza a lenda
que a expressão “segurar vela” surgiu na Idade Média. Pois, naquela época,
existia o ritual de alguém acender velas, durante a primeira noite de núpcias
de um casal, para verificar se o matrimônio foi consumado e se a noiva era
virgem. Geralmente a função cabia a um guarda, do governo, ou algum religioso.
Na Europa,
numa vila medieval, existia uma freira idosa chamada Hildegard, que às vezes
cumpria a função de segurar vela. Mas esta religiosa notou que aumentava o
número de moças ricas que ficavam noivas de homens que eram escolhidos por suas
famílias. Porém que fugiam com seus outros amados, dias antes do casamento, com
seus dotes milionários. O problema é que, muitas delas, eram assassinadas nas
noites de núpcias, antes de terem contatos íntimos com os maridos. Pois, na
verdade, eram seduzidas por marginais interesseiros e não tinham ninguém para
segurar as velas nas suas primeiras noites. Hildegard, ao perceber isto,
tornou-se confidente das jovens de sua região. Mesmo assim não conseguia
impedir que elas fugissem com seus amados. Mas convenceu as donzelas para ser a
seguradora de velas em suas primeiras noites de núpcias. Deste jeito, a freira evitou
que muitas jovens fossem assassinadas. Pois através do ritual de segurar a
vela, os maridos que antes estavam mal intencionados, acabavam se apaixonando
pelas jovens nas primeiras noites de intimidades, e desistiam de matar as
moças.
Um dia esta
religiosa faleceu. Porém seu espírito continuou segurando a vela das donzelas,
nas suas primeiras noites de casadas, evitando que elas fossem mortas por
crápulas.
Diz o mito,
que em Curitiba, no século dezenove onde hoje em dia localiza-se a Rua
Riachuelo, existia um casarão que hospedava casais depois de casamentos
clandestinos e por isto passavam as suas primeiras noites lá. Porém, tornou-se
comum que as noivas, que casaram às escondidas, fossem assassinadas por seus
maridos naquele local antes do matrimônio ser consumado.
O espírito
de Hildegard, vendo aquela barbaridade do céu, foi até a hospedaria para
reverter a situação.
Naquele
tempo, existia uma moça rica chamada Abigail, que foi seduzida por um dos
empregados do seu pai que convenceu a inocente a se casar, às escondidas com
ele, e trazer todo o seu tesouro. Após o matrimônio, o casal foi até o casarão,
da Rua Riachuelo. Então, no momento, em que Abigail se deitou e o noivo estava
pronto para mata-la, surgiu o fantasma da freira com uma vela nas mãos falando:
- Sou a alma
que segura uma vela para que casais consigam consumar o casamento sem
violências e sem mortes.
O homem
ficou assustado e concordou com a ideia. Já, Abigail, como estava muito
apaixonada, não ligou para este detalhe. Após a noite nupcial o rapaz se
apaixonou pela esposa e desistiu de mata-la.
Hildegard
passou, muitos anos, segurando vela para as noivas daquela hospedaria. Então o
casarão foi vendido para a família de um comerciante. O problema é que as
filhas do empresário passaram a ver uma freira que fugia pelo alçapão. Mais
tarde descobriram que, naquele casarão, existia um túnel subterrâneo. Hoje esta
velha mansão foi destruída. Porém algumas pessoas que passaram pelo local
falaram que já viram o fantasma de uma freira nestas ruínas.
Luciana do
Rocio Mallon
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